terça-feira, 17 de julho de 2012

DESCUBRA O ESTADO DE ESPÍRITO DO ELEITOR


Imagem Ilustrativa


Toda eleição fornece uma pergunta e ao seu final dá uma resposta. Cabe ao político identificar qual é essa questão
Cada eleição é igual a todas as outras e - ao mesmo tempo - diferente de todas as outras. As duas afirmações são igualmente verdadeiras

Definir a questão e torná-la sua é quase uma vitória antecipada.

Cada eleição reproduz o mesmo roteiro básico, no interior do qual os candidatos, a mídia, e os eleitores, praticam rotinas mais ou menos previsíveis, usando um mesmo lastro comum de técnicas e métodos de campanha. Porém, há uma variação entre si na forma como usam estes procedimentos.
Cada eleição, contudo, ocorre num momento que é único e singular.
Os fatos e sentimentos que circunstanciam cada eleição, portanto, fazem com que elas sejam diferentes entre si. São diferenças decorrentes da própria dinâmica política que ocorreu no espaço do último mandato; de fatores regionais, nacionais ou mesmo internacionais que atingem a população; a pessoa dos candidatos, sua imagem e biografia; as mudanças culturais que removem certos temas do debate e introduzem outros; e, o que é mais importante, a forma como o eleitor reage a estas novas circunstâncias.
Na realidade, toda a eleição propõe uma pergunta e, ao seu final dá a resposta àquela pergunta.
O objetivo de cada candidato é o de tornar sua aquela pergunta e fazer prevalecer a convicção de que a única forma de respondê-la adequadamente lhe seja favorável.
A habilidade de um candidato para definir a "questão" da eleição como lhe convém, impô-la aos adversários e respaldá-la na opinião pública, equivale a uma vitória antecipada. Não é nada fácil conseguir realizar este objetivo.
Em primeiro lugar, ele é um problema intelectual, de natureza estratégica. Dependerá da qualidade do seu trabalho estratégico resolver o enigma intelectual que a pergunta propõe. Supondo-se que esta dificuldade tenha sido bem resolvida, é preciso, em segundo lugar, ter sucesso em impô-la aos adversários. Este é um desafio de grandes proporções, já que, a sua maneira, com maior ou menor habilidade, todos estão tentando o mesmo.
Como se vê, pautar a campanha com a sua pergunta, é uma tarefa difícil e de grande complexidade. Não obstante, deve sempre ser buscada pelos candidatos. O fato é que cada eleição acaba por encontrar a sua pergunta básica, a questão principal, em torno da qual os candidatos são comparados. Se você não conseguir impor a sua, ou seus adversários conseguirão, ou a mídia vai impô-la.
O caminho mais curto, mais seguro, e mais eficiente é começar pelo fim. Você deve buscar a "questão" da eleição junto aos eleitores. Este é o atalho estratégico que, uma vez encontrado, e, quanto mais cedo for encontrado, outorga-lhe as condições de pautar a campanha. Identificando as opiniões dos eleitores, sobre o cargo, sobre os candidatos, sobre os problemas prioritários, sobre suas expectativas e sua disposição inicial de voto, você está estabelecendo um piso sólido, sobre o qual irá edificar sua estratégia e suas propostas.
Francisco Ferraz