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Nem todo o político tem a
mesma necessidade de providenciar visibilidade para si mesmo. Titulares de
cargos únicos - Presidente da República, Governador de Estado, Prefeitos,
Presidentes de Casas Legislativas, ou Ministros das principais pastas - têm sua
visibilidade assegurada pelo interesse da mídia, em razão da importância de
suas funções. Eles são pautas obrigatória e notícias frequentes.
A maioria dos políticos terá de produzir fatos que os tornem notícia. Terão que se prover a si mesmos desta indispensável visibilidade.
A maioria dos políticos, entretanto - Senadores, deputados federais e
estaduais, vereadores, secretários de estado e municipais, e ministros de
pastas de menor importância - terá de produzir fatos que os tornem notícia.
Terão que se prover a si mesmos desta indispensável visibilidade. Não é tarefa
fácil para estes últimos. O número de políticos nesta condição é enorme, para
ocupar os limitados espaços que a mídia destina para eles.
Em anos eleitorais sobretudo este problema torna-se dramático. A
legislação impõe uma série de restrições ao acesso dos candidatos aos veículos
de comunicação, visando assegurar condições de igualdade entre os candidatos em
disputa.
Essas regras são garantidas por punições severas que afetarão a campanha
do candidato infrator, na sua imagem, nas finanças da campanha, e até na perda
de espaços de tempo nos veículos, legalmente distribuídos aos partidos. Por
outro lado, a necessidade da visibilidade é absoluta.
Há um tipo de visibilidade que está mais ao alcance do político
providenciar: a visibilidade direta, face a face, produzida pelas visitas aos
eleitores na sua base. Esta, sem nenhuma dúvida, deve fazer parte de um
programa planejado com antecedência e realizado ao longo de toda a campanha.
O problema com este tipo de visibilidade é que, ainda que importante e
necessária, ela tende a se limitar a eleitores que já são seus, e a expressão
quantitativa desses contatos é sempre reduzida. Salvo raras exceções, o
tempo disponível e as demais atividades de campanha não permitem atingir
pessoalmente um número de eleitores suficiente ao quociente eleitoral mínimo
para eleger-se. Além dessa, portanto, é necessário também conseguir aquele
outro tipo de visibilidade, de grande alcance quantitativo, que apenas a mídia
pode oportunizar.
Na campanha eleitoral essa visibilidade se realiza pelo uso dos espaços
gratuitos no rádio e na TV. Ocorre que esses espaços são:
·
1 - proporcionais à força que o partido/coligação já possui (sendo, por
vezes, constrangedoramente modestos e reduzidos);
·
2 - à exceção do rádio que é praticamente universal no espaço social do
país, a TV só está disponível nos municípios onde já se encontra implantada, a
partir de uma lógica econômica, e não político-institucional.
Portanto, mesmo essa oportunidade não é bastante. É necessário que o
candidato seja capaz de produzir fatos e notícias, de forma a atrair sobre si a
atenção do eleitorado. É na competição por estes valorizados espaços que a
grande batalha se trava, a cada dia. Nesta batalha, a mídia em geral leva uma
grande vantagem sobre o candidato: ela detém o poder de escolha, de incluir ou
ignorar. Por outro lado vê-se também engessada pela regra que exige igual
tratamento entre os candidatos.
A mídia, em geral, leva uma grande vantagem sobre o candidato: ela detém o poder de escolha, de incluir ou ignorar os fatos que considera relevantes.
É o político quem deve persuadir os veículos que possui algum elemento
de informação ou de opinião, que merece ser notícia, submetendo-o ao
julgamento comparativo dos profissionais da mídia. Esteja preparado então, para
destinar uma parte importante do tempo e trabalho de sua equipe, com o fim de
produzir fatos e criar chances para a sua visibilidade.
Visibilidade se conquista com conteúdo, mas também com a forma. Nem sempre o
interesse da mídia vai respeitar os seus critérios de relevância da matéria.
Por vezes matérias banais, até fúteis, atrairão mais os jornalistas do que as
questões mais sérias e relevantes.
Você tem que possuir a sensibilidade para perceber isto, e "fazer o
jogo". É preferível assegurar sua visibilidade ainda que em matérias menos
relevantes, do que insistir numa matéria importante mas que não está
interessando o profissional. Há entretanto, algumas advertências que são
oportunas nesta questão.
1. Não compensa a visibilidade a
qualquer custo.
A luta pela visibilidade possui limites éticos e estéticos. Ultrapassar
estes limites significa obter a visibilidade mas a um custo político elevado,
que mais prejudica que ajuda;
2. Você deve mostrar interesse ao
jornalista, nunca desespero.
Nos seus contatos com os profissionais dos veículos você deve se
esforçar para conseguir a cobertura que lhe dará visibilidade. Não tenha pejo
de mostrar o seu interesse - afinal sempre se tratará de uma questão de
interesse público - mas não seja inconveniente, demasiado insistente, a ponto
de parecer "desesperado" por um espaço. Você pode até ganhar aquela
batalha, mas será difícil que volte a ser procurado;
3. Evite ser "papagaio de
pirata" nas fotos.
Tentar aparecer nas fotos e filmagens com autoridades ou em solenidades
é legítimo e proveitoso. Nada contra. Mas atenção. Há limites que precisam ser
respeitados para que você não se torne ridículo. A postura de "papagaio de
pirata" - aquele que sempre consegue, a custa de cotovelaços e empurrões,
ficar atrás da autoridade maior - acaba por tornar-se banal e até ridículo.
Este é um risco que aumenta, quando temos, como agora, em 2012, eleições
legislativas coincidentes com eleições para prefeitos. Há maneiras discretas e
apropriadas para ser incluído numa foto. Se lograr sucesso com elas ótimo, se
não, não force a situação. A forma correta de produzir visibilidade é, como
tudo mais na política, resultado da inteligência, do trabalho e do
planejamento.
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Para produzir visibilidade, o político obterá mais e melhores resultados a partir da inteligência, do trabalho e do planejamento.
Em primeiro lugar, cultive uma boa relação com os jornalistas. Isto depende da
continuidade dos contatos, a maioria dos quais não vai produzir nenhuma matéria
para a mídia.
Em segundo lugar, escolha antecipadamente qual o assunto ou tema por
meio do qual você pretende adquirir visibilidade. Deve ser uma área que você
domine, e na qual tenha algo de novo ou de importante a revelar. A seguir
planeje como produzir um fato que atraia a atenção. Não esqueça nunca que a
mídia sempre terá interesse em fatos. Você não precisa produzir
fatos todas as semanas. Mas deve encontrar uma forma de periodicamente
produzi-los. Produzir fatos é menos difícil que parece. Dependerá da sua
criatividade e senso de oportunidade.
Em terceiro lugar, esteja atento às oportunidades. Elas surgem
quando menos se espera, e desaparecem com igual rapidez. Sempre haverá
situações imprevistas e inesperadas, em relação às quais você poderá tirar
partido.
Em quarto lugar, aproprie-se do seu território eleitoral. Qualquer acontecimento
que ocorra na sua região eleitoral e que seja importante para a população -
favorável ou desfavorável; feliz ou trágico - você deve estar presente,
manifestando-se, agindo no que couber, de forma a que fique clara a sua
identificação com as pessoas por ele atingidas. Esta é uma ação que, conforme a
importância do evento, tem precedência sobre todas as demais.
Em quinto lugar, não menospreze a visibilidade local. À exceção do
vereador e secretário municipal, todos os demais cargos implicam, para a maioria
de seus membros, trabalhar em lugares diferentes de sua base eleitoral, seja a
capital do estado ou do país. As capitais sempre terão a mídia mais forte e
influente e você deve procurar abrir espaços de visibilidade nela.
Mas não menospreze nunca a mídia local. Nela a sua visibilidade pode ser
obtida com maior facilidade, e, embora seu alcance seja menor, esteja certo que
seus eleitores dão importância a ela, até porque ela estará mais próxima deles.
A visibilidade é, portanto um ingrediente indispensável da campanha
eleitoral. Não qualquer visibilidade. Apenas aquela que o apresenta sob uma
ótica favorável ao eleitor. Você deve, durante sua campanha, aproveitar todas
as oportunidades que surgirem, e aquelas que puder criar, para conquistar
visibilidade para sua pessoa e para o que está fazendo. Não esqueça você está
em campanha.