Nomear parentes é um erro tão crasso quanto comum, é uma decisão que vai trazer-lhe muita incomodação e problemas políticos.
Pode não ser justo, pode ser a pessoa certa para o lugar certo, mas, nomear parentes para cargos de confiança é uma decisão que, com certeza, vai trazer-lhe muita incomodação e problemas políticos. Em tese, isto é, em abstrato, não deveria haver problemas. Sendo o cargo de confiança, você deveria estar totalmente livre para escolher quem bem entendesse.
Espera-se que o prefeito de Araripina, Lula Sampaio, eleito em 2008 e ainda não disse porque aqui veio, dedique-se, de forma irrestrita, ao interesse público e não ao próprio interesse, como vem fazendo desde que assumiu o cargo.
No mundo real, no Brasil dos nossos dias, não é assim. O cargo é seu, mas está sujeito a uma vedação social e cultural muito forte que "proíbe" através da Lei de Nepotismo a nomeação de parentes.
Espera-se que o atual prefeito de Araripina, eleito em 2008, dedique-se, de forma irrestrita, ao interesse público, e os recursos públicos que lhe são disponibilizados, o são com o mesmíssimo objetivo público.
O prefeito Lula Sampaio vem praticando abusos de poder e descumprimento da Lei de Nepotismo, ao nomear para cargos de confiança, parentes de primeiro grau, como a chefia de gabinete, secretaria de saúde, secretaria de ação social, entre outras que a Lei não permite. Tudo isso será cobrado pela população que hoje clama por iniciativas do governo municipal que atenda as expectativas que foram criadas durante a campanha eleitoral.
O município de Araripina, se encontra em um caos administrativo, não se teria chegado a esta situação não fossem os abusos, alguns até escandalosos, nesta matéria. As situações escandalosas, que se tornaram públicas, foram as principais responsáveis na criação deste sentimento de condenação à nomeação de parentes para cargos de confiança.
Os casos em que o governante nomeava um verdadeiro séqüito de parentes, e/ou parentes muito próximos (filhos, mulher), passaram a ser vistos como casos de corrupção e constituem uma mancha indelével na carreira política, que certamente será cobrada duramente na próxima eleição. Como o critério de escolha é a confiança pessoal, um critério necessariamente subjetivo, a condenação se estende por igual aos casos não justificáveis, como aqueles que seriam justificáveis.
O desemprego e a dificuldade de encontrar emprego.
Este é um fator que compõe as razões desta condenação. Num país onde a taxa de desemprego é elevada, e as dificuldades para se conseguir um emprego são tão grandes, a nomeação de parentes aparece, para os eleitores, como um privilégio odioso, como um "aproveitamento" do poder do cargo para interesses pessoais. O sentimento não vai ao limite de proibir a nomeação com base na confiança. Admite-se que o eleito tenha o direito de reunir para auxiliá-lo pessoas de seu conhecimento e nas quais confia. Embora público o cargo, como tem a duração do mandato, dele não se exige ingresso por concurso público. Entretanto, a nomeação de parentes - por mais justificada que seja - é percebida como um abuso injustificável, um privilégio odioso e um empreguismo disfarçado.
Vacine-se contra este problema não nomeando parentes para funções que dependam da sua escolha. Em muitos casos, esta norma é injusta e "mutilante". Injusta porque o parente em questão pode ser a pessoa certa para a função certa. Você precisa dela mas não pode nomeá-la, e conferir-lhe, desta forma, poder institucional para auxiliá-lo nas suas funções. Mutilante porque este parente seu pode ter sido uma peça muito importante da sua equipe de campanha, responsável pela sua vitória e que não poderá ser aproveitada no governo, ao lado dos demais membros daquela equipe, em razão do seu parentesco.
Apesar disto, não tente lutar contra e não se atreva a contrariar um sentimento público tão forte quanto este. Você não está, contudo, proibido de usar este parente como seu auxiliar. Só não pode é contratá-lo. Uma solução, para o caso daquelas pessoas que dependem de uma remuneração, é você pagá-lo do seu próprio bolso. Nada o impede de contratar pessoas para auxiliá-lo com seu próprio dinheiro. Formalize a relação - contrato, recibos de pagamento etc - para o caso de uma eventual e necessária comprovação.
Outra alternativa, para pessoas que podem dispensar o salário, é a nomeação formal para o cargo com o compromisso de doação do salário para uma instituição de caridade, por exemplo. Esta é a situação de muitas das esposas de políticos, que assumem alguma função, sobretudo na área social, mas cujo salário é recolhido (atenção para a perfeita documentação) para alguma entidade beneficente.