Em uma queda de
braço desde o ano passado para que as emendas parlamentares impositivas sejam
liberadas integralmente pelo Governo do Estado, a deputada estadual Socorro Pimentel (PSL) afirmou que é um
“paradoxo” o fato de os parlamentares determinarem investimentos em um
município, “que beneficiaria a população”, e o dinheiro não ser liberado.
“O governador Paulo Câmara poderia, nesse programa dele Governo sem
ação, estar inaugurando obras que tiveram dinheiro determinado pelas emendas
impositivas. Mas ele não liberou as verbas e ficou sem essas obras para
inaugurar”, provocou a Socorro Pimentel (PSL), em entrevista à Rádio Folha FM
96,7.
A proposta de emendas impositivas foi enviada à Assembléia Legislativa
em 2014 pelo então governador Eduardo Campos. Cada um dos 49 deputados tem
direito a indicar R$ 1,42 milhão em emendas.
Como os parlamentares destinaram parte das verbas para a destinação de
shows, a Assembléia determinou no ano passado que as emendas, obrigatoriamente,
teriam que ser destinadas para a saúde, educação ou programas do Executivo,
como o FEM.
Durante a entrevista, Socorro Pimentel cobrou o mesmo tratamento para
todos os deputados. Ela disse ter sofrido retaliação pessoal. “Fui aos órgãos e
eles não me deram justificativas técnicas para a não liberação das minhas
emendas em 2016. Foi uma retaliação pessoal. Conversei com o presidente da Assembléia,
com Waldemar Borges, que era líder do Governo, com o líder de Oposição, Silvio
Costa Filho, mostrei a eles os documentos em que uma funcionária concursada
mostrou que nossas emendas foram aprovadas, mas que não recebeu a aprovação
para o pagamento”, afirmou a deputada.
SOCORRO PIMENTEL CONSEGUE CRIAR COM APOIO DE DEPUTADOS DA OPOSIÇÃO A
FRENTE PARLAMENTAR
De acordo com
ela, em 9 de fevereiro passado, começou a recolher assinaturas para a criação
da Frente Parlamentar da Emendas Impositivas. Eram necessárias 17 assinaturas,
mas no total, 22 deputados apoiaram.
“Nós da oposição temos 13 votos. Há até deputados governistas que estão
insatisfeitos com a liberação das emendas”, ponderou a parlamentar.
Indagada sobre o quanto de suas emendas, Socorro Pimentel disparou que
foi “perto de zero”. “Só foi liberado R$ 621,70. Indaguei ao secretário (da
Casa Civil) se eu poderia devolver ao Governo do Estado, porque ele estaria
precisando mais do que a minha região”.