terça-feira, 11 de agosto de 2015

O LEGADO DE EDUARDO CAMPOS NESSA SEMANA DE HOMENAGENS AO MELHOR GOVERNADOR DE PERNAMBUCO DE TODOS OS TEMPOS


O legado de Eduardo Campos

Ele construiu uma nova forma de fazer política, virou o governador mais popular do Brasil e preparava-se para consolidar seu maior projeto
O desembarque em 1976 de Ana Lúcia Arraes, acompanhada pelos filhos Eduardo e Antônio, no aeroporto de Dar El Beid, em Argel, teve grande significado para uma das famílias mais simbólicas na luta contra a ditadura brasileira. Filha mais velha do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, Ana Lúcia chegou à capital da Argélia para rever o pai – a quem não encontrava havia mais de uma década – e, principalmente, para que os meninos conhecessem o avô. Exilado no norte da África desde 1965, o homem deposto do Palácio das Princesas vivia longe dos netos, nascidos em Recife depois de sua partida forçada para o país mediterrâneo. Os 14 anos passados no Exterior deixaram marcas profundas nos integrantes do clã nordestino, mas as amarguras do degredo foram insuficientes para quebrar a liderança exercida por eles na política pernambucana. A viagem a Argel ficou marcada por ter sido o primeiro encontro de Miguel Arraes com o neto, que se tornou seu herdeiro. Começava a ser forjada ali uma das principais lideranças políticas do País.
Quando Eduardo Henrique Accioly Campos nasceu menos de dois meses depois da partida do avô para África, no dia 10 de agosto de 1965. Recém-casada, Ana Lúcia ficara no Brasil. Os filhos não receberam os sobrenomes do avô porque o pai deles, o escritor Maximiano Campos, temia perseguições dos militares. Quando deixou o Brasil, Arraes estava no segundo casamento. A primeira mulher, Célia Souza Leão, com quem teve oito filhos, morreu em 1961.
Com a segunda, Magdalena, teve Mariana e o caçula, Pedro, nascido na França durante o exílio. Preparado pelo avô para assumir seu espólio político, Eduardo Campos, o mais velho dos netos, fez jus às expectativas da família. Pavimentou uma brilhante carreira política, com uma eleição para deputado estadual, três para federal e dois mandatos de governador de Pernambuco. Ao sair do executivo estadual, tinha mais de 80% de aprovação da população. Ele foi também secretário da Fazenda de Pernambuco em uma das gestões do avô e ministro da Ciência e Tecnologia no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Com informações da ISTO É