segunda-feira, 18 de maio de 2015

ERRO DO ASSESSOR: BRILHAR MAIS QUE SEU CHEFE


Francisco Ferraz


Este é um erro no qual muitos assessores incidem por ambição ou vaidade assim como por engenho e zelo. Ambição e vaidade são fácil de imaginar, já engenho e zelo exige uma explicação. No esforço para agradar o chefe, para impressioná-lo com seu talento e trabalho, muitas vezes avança-se, sem perceber, em território perigoso e logra-se o contrário do que se pretendia.

Ser derrotado é sempre odioso, e ser derrotado por um dos seus subordinados costuma ser intolerável para o chefe. Tentar impor, ou deixar que se imponha, a sua superioridade intelectual sobre seu chefe é, no mínimo, uma tolice cujas consequências podem ser fatais para sua posição.

A superioridade é sempre odiosa, especialmente para os superiores e para os governantes que, supostamente, em razão de sua posição hierárquica, devem saber mais que seus auxiliares. A maior parte das pessoas aceita bem ser superado em matéria de sorte, aparências, temperamento. Mas ninguém, muito menos o superior e mais ainda o governante, suportam ser superados no plano intelectual por um subordinado, pois a qualidade intelectual é a “rainha das virtudes”, a marca da superioridade, nas questões de governo.

Todas as pessoas têm as suas inseguranças. Quando alguém expõe o seu talento, a sua qualidade intelectual, ele agita, em torno de si, todos os tipos de ressentimentos, inveja e inseguranças. Cada um que presencia a exposição do talento estabelece comparações com o seu desempenho. Com seus iguais e inferiores, nada a fazer. Com seus superiores, entretanto, tudo é diferente. Quando se trata de poder, brilhar mais que o chefe, é sempre o pior erro.