Francisco Ferraz
Considerando-se
a importância que a pesquisa política adquiriu nas modernas campanhas
eleitorais, o título desta coluna (Porque pesquisar?) deve parecer insólito e
despropositado. Mas a verdade é que não é. Poucas são as campanhas eleitorais
que incorporam a pesquisa ao seu núcleo central de estratégia e decisão, e que
desenvolvem um programa de pesquisas sistemático e continuado, sob a
responsabilidade de profissionais qualificados.
Prevalecem ainda os sentimentos de que o dinheiro
que se gastaria em pesquisa poderia ser aplicado, com mais rendimento
eleitoral, em outras áreas da campanha; que as pesquisas realizadas por TVs e
jornais são suficientes e não custam nada. Na verdade, nenhuma despesa
de campanha é mais estratégica e mais rentável politicamente do que aquela
feita na pesquisa.
A pesquisa está para a estratégia e marketing da
candidatura como os exames de laboratório que o médico requisita estão para o
diagnóstico e para a terapêutica. Para preencher a sua função de subsidiar a
definição da estratégia e a segmentação do eleitorado, ela deve ser feita “sob
medida” para a candidatura, por isso também são de pouca utilidade prática o
uso dos resultados das pesquisas feitas pelos órgãos da mídia.
