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É um erro compreensível, humano e até mesmo ingênuo.
Mas, ao contrário do que dizia a francesa Madame de Staël-"Tout comprende cest
tout pardonner" traduzindo: na política, nem sempre compreender tudo leva a perdoar tudo. O assessor incide
nesse erro porque houve um
momento em que ele foi indispensável e as evidências dessa sua
condição eram óbvias para ele, para alguns outros do círculo mais próximo do
líder e para o próprio chefe, que, implícita ou explicitamente, demonstrou
pensar assim. Quando tal momento ocorreu não importa. Pode ter sido durante a
campanha, durante o governo ou no período em que ele esteve fora do poder. O
fato é que ocorreu.
Há ocasiões em que o assessor se supera. Outras em que, frente a um
problema aparentemente sem solução, ele surpreende com uma resposta clara,
límpida e consistente, que permite resolver a dificuldade. Noutras, ainda, seu
trabalho é tão intenso e com tantas delegações de autoridade, que ele economiza
um tempo precioso para seu chefe dedicar- se a outras ações.
Em condições assim insinua-se na mente do assessor uma perigosa
convicção: ele é
indispensável. Está seguro em sua função porque seu chefe "depende" dele, "não conseguiria levar suas atividades sem a
sua ajuda e conselho".
Tal convicção é ainda reforçada pelo fato de que o político ao qual
serve envolve-o em matérias que, de ordinário, não o incluiriam; convida-o para
reuniões com pessoas de hierarquia muito mais alta que a dele e, volta e meia,
demonstra sua confiança, estima e valor, ao conversar com ele sobre matérias de
ordem pessoal, seu futuro político e até faz confidências mais íntimas.