quinta-feira, 3 de julho de 2014

FELIPÃO PARA PRESIDENTE


Por Carlos Chagas
Dois dias sem futebol, ontem e hoje, poderão levar o cidadão comum a desviar sua atenção para a política? Nem pensar. O desinteresse diante das eleições é geral. Talvez por isso, e também por detalhes da lei eleitoral que começaram a valer no primeiro dia do mês, a presidente Dilma Rousseff tenha diminuído o ritmo de suas viagens aos estados, ao tempo em que Aécio Neves continua adiando o início de suas caravanas pelo país e Eduardo Campos não se animou a percorrer o interior de São Paulo, como estava previsto.
O importante a saber é se a pasmaceira política nacional deve-se à Copa do Mundo ou a fatores mais densos, como a rejeição à classe política e a indignação diante do governo e de qualquer tipo de autoridade. Passageiro ou permanente, registre-se esse sentimento de alienação do eleitorado. Não que a maioria vá deixar de votar, em outubro, mas, ao menos por enquanto, sem aquele entusiasmo de eleições anteriores. Afinal, estamos a três meses do mais importante e significativo evento político do país, a escolha do presidente da República, dos governadores, do Congresso e das Assembleias estaduais. Alguém será capaz de referir não propriamente programas dos candidatos, mas uma simples promessa capaz de interessar a nação?
Não é de graça que o noticiário político continua dando realce a denúncias de corrupção, ou seja, privilegia o veneno sem cuidar do antídoto. Falta aos candidatos, em todos os níveis, mensagens de esperança aos eleitores, capazes de sensibilizá-los. A impressão é de que não adianta acreditar em coisa alguma: os políticos são os mesmos e as expectativas, inexistentes.
Os adeptos do turfe, cada vez mais raros, ainda pensam na reta final, quando as arquibancadas se levantam nos hipódromos. Pode ser que em setembro a situação mude, mas garantir, ninguém garante, nessa corrida que parece mais para pangarés do que para puros-sangue.

Em suma, conclui-se que o Brasil continua, tanto faz quem venha a ocupar o palácio do Planalto ou que partido conquistará maioria no Legislativo. Ao contrário da dúvida a respeito de quem venha a levantar a taça de campeão da copa. Se formos nós, aparecerão gaiatos gritando “Felipão para Presidente!”