Deputados e senadores do PMDB fizeram ontem um jantar em Brasília para
apoiar a candidatura de Eduardo Campos (PSB) à Presidência. O grupo de 13
parlamentares considerados independentes em relação ao partido querem que a
sigla libere os diretórios estaduais para que formalizem o apoio para Campos ou
para o senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB.
A insatisfação com o governo de Dilma Rousseff tem feito com que o grupo
pressione a cúpula do partido. No entanto, os parlamentares reconhecem que será
difícil vencer a disputa na convenção nacional que acontecerá em 10 de junho.
Segundo o deputado Fábio Trad (MS), os parlamentares aproveitaram a
presença de Campos em Brasília para marcar o jantar e discutir “o futuro do
país”. Os peemedebistas aproveitaram o encontro também para compartilhar entre
si as impressões sobre a reunião da executiva da sigla, que aconteceu durante a
tarde em Brasília.
As questões regionais têm dificultado a reedição da aliança nacional
PT-PMDB na esfera dos estados. De acordo com Trad, o PMDB tem problemas com o
PT em cerca de 11 estados. “Há um debate interno nos diretórios estaduais para
não respaldar esta aliança”, afirmou. No entanto, ele admite que a maioria dos
integrantes do partido deverá apoiar Dilma na corrida ao Planalto.
Apesar de as alianças ainda estarem indefinidas, Temer afirmou anteontem
que é o pré-candidato na chapa de Dilma à reeleição. Ele também recebeu apoio
formal dos presidentes dos diretórios regionais do PMDB de Minas Gerais e de
São Paulo.
Durante o jantar, Campos afirmou que irá manter os programas sociais de
transferência de renda consolidados pelos governos do PT e enalteceu o setor
produtivo do país. A fala foi entendida como uma referência à propaganda
veiculada pelo PT nos meios de comunicação com a mensagem de que é preciso ter
medo de uma volta ao passado com a perda de avanços conquistados pelo país.
Antes do jantar, porém, Campos classificou a propaganda como ato de
“terrorismo”. “Vamos parar com esse terrorismo, com essa falta de respeito de
querer discutir o Brasil agora na base da ameaça e do medo”, disse, em discurso
a prefeitos na Marcha dos Prefeitos, em Brasília.
Mais diretos, os peemedebistas classificaram a
propaganda como “boçal” e como uma “demonstração total de desespero do PT”.
“Esses direitos já estão incorporados à vida do brasileiro. [O vídeo] é
totalmente desleal com o país”, avaliou o deputado Raul Henry (PE). O grupo
fará um ato público em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, em 5 de
junho. (da Folhapress)
