quinta-feira, 27 de junho de 2013

EFEITO DOMINÓ: CRISE FAZ MORADIA NO PALÁCIO DO PLANALTO E NÃO QUER SAIR NEM COM REZA

As vitórias da seleção poderia, mas não mudou o estado geral de revolta. Os protestos da juventude mais esclarecida da incipiente classe média como indicam as sondagens no meio dos manifestantes, contagiou o descontentamento geral.
A reação de estupor com o despreparo da presidente – até então calçada em índices de aprovação elevados – mostrou sua fragilidade, pouca e insuficiente consistência. A tese de “poste”, abandonada depois de sua eleição e que se limitava a círculos restritos, volta agora com veemência. Sinais de equívocos imperdoáveis, falta de leitura dos sinais da conjuntura, de um mundo em mutação e sem fronteiras. Com o acesso ao primeiro degrau do consumismo, a massa controlada e quieta se transformou em massa crítica. Apenas começou a fermentar.
Culpas também para a oposição sem verve, sem apetite, que não consegue catalisar apoios sem programas e propostas claras, e está assim sendo jogada na mesma vala.
Agora, com a presidente encurralada no Palácio, o pensamento da população é apenas de reforma, urgente e drástica. Depois da fúria, o que acontecerá? Espera-se que esse descontentamento se alastre por todas as camadas sociais – “éramos traídos” –, que deságue num beneficiário. Alguém que fique no fundo do cadinho desse processo alquímico.

Por Vittorio Medioli do Jornal O Tempo