IMAGEM ILUSTRATIVA |
Danilo Gentili do programa 'CQC' sendo agredido por seguranças do Senado |
O
presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Augusto
Schröder, alerta que a violência contra jornalistas no Brasil é maior entre os
profissionais que cobrem a área política. Ele foi entrevistado pela Rádio
Brasil Atual para comentar o assassinato do maranhense Décio Sá, assassinado em
São Luís na noite da segunda-feira (23/04).
Schröder
afirmou que 60% dos casos de violência contra jornalistas atingem mais esse
tipo de profissional. “O que agrava a situação é que esse jornalista tinha um
trabalho prioritário na área de política e isso tem sido um sintoma
preocupante”, afirmou.
Segundo
ele, quatro jornalistas foram assassinados no país nos últimos 12 meses. O
dirigente citou ainda que um projeto de lei, do deputado federal Protógenes
Queiroz (PCdoB-SP), propõe a federalização dos crimes contra os jornalistas.
“Quando os crimes não forem investigados, nem julgados, em um período de 90
dias, que a União possa trazer a si essa investigação através da polícia
federal com julgamento nas cortes federais.”
O
presidente da federação encaminhou pedido de audiência com o ministro da
Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, para discutir o problema. “Unindo forças
teremos uma reação de Estado, da sociedade e assim sairemos desse incomodo ranking.”
Impunidade
A
morte de Décio Sá, que trabalhava há 17 anos no Sistema Mirante de Comunicação
e tinha um dos blogs mais acessados no Maranhão, causou revolta e indignação
entre os colegas. O também jornalista Emilio Azevedo, do jornal maranhense
‘Vias de Fato’, afirmou à Rádio Brasil Atual que os assassinatos acontecem
naquele estado porque os crimes não costuma ter repercussão nacional.
“Assassinar índios, quilombolas, sem-terra é comum e a imprensa quase não
registra. No ano passado tocaram fogo no acampamento de um índio, mas o caso
nunca foi apurado devidamente”,
Mesmo
sendo funcionário do grupo Sarney, Décio muitas vezes fazia denúncias contra
integrantes do próprio grupo. Segundo Azevedo, o que aconteceu com o colega é
reflexo do ambiente pouco civilizado da região. “É difícil trabalhar com a
realidade aqui. Nessa região só prevalece a barbárie.”
Agência
Brasil