segunda-feira, 16 de abril de 2012

DIVULGAÇÃO DO PRIMEIRO DIA DA JORNADA LITERÁRIA CHAPADA DO ARARIPE


Alvorada - Banda de pífano e queima de fogos

No primeiro dia da Jornada Literária Chapada do Araripe, promovida pelo SESC Pernambuco, Bodocó amanheceu diferente. Às 6h escritores se concentraram em frente da Igreja Matriz de São José com a intenção de percorrerem as principais ruas da cidade para realizarem a alvorada. Sob o comando de José Manoel Sobrinho, que abriu a caminhada com um aboio, foi iniciado o cortejo matinal para a acordar o povo. A banda de Pífano da cidade do Timorante puxava o cortejo. Fogos. Poesias. Distribuição da Programação. As pessoas olhavam e sorriam. No percurso “Seu” Bindô, também conhecido como Belezinha, ex-vaqueiro do sítio Chico Lopes, onde a escritora Cida Pedrosa nasceu, se incorporou a caminhada e cantou vários aboios. O ritual da alvorada é antigo na cidade de Bodocó. Na festa do padroeiro São José, todos os dias, pela manhã, a banda de pífano sai em alvorada para acordar a cidade e dizer que durante nove dias o Santo será celebrado. No dia 13, dia de Maria, a alvorada tinha um motivo diferente. Queria avisar o povo que a palavra era a musa na Chapada do Araripe.

Banda de Pifanos Alvorada

Seu Bindo

Carroça do Encantado - Intervenção de rua com a obra do escritor Cícero Belmar.

Sexta-Feira, dia 13 de abril, às oito horas da manhã, em Bodocó, a Praça da Independência foi palco para a beleza. Crianças e adultos pararam para ouvir trechos da Obra de Cícero Belmar, escritor bodocense, que participa da Jornada Literária Chapada do Araripe, promovida pelo SESC Pernambuco. A Carroça do Encantado - Grupo de Teatro da Gente - proveniente da cidade do Cabo de Santo Agostinho deram um show. A carroça percorreu as ruas acompanhada de muitas crianças e o mote era: Viemos a sua cidade para fazer com que você leia. Leia. Leia. Leia. Leia. Parecia um mantra. Sob as cabeças o sol do Sertão. Nas bocas de todos o mantra: Leia. Leia. Leia. Belmar assistiu a tudo maravilhado. Sua peça a "Flor e o Sol" e o seu primeiro romance, "Umbilina e sua grande rival" foi recontado para olhos atentos e marejados de lágrimas. É a literatura obrando o milagre. O milagre de inebriar as pessoas.

Carroça do Encantado

Um escritor na minha escola

Todas as escolas de Bodocó, do dia 13 de abril, sexta-feira, esperaram. Esperaram não um dia de bruxa ou um dia azar. Esperaram escritores. Era a ação "Um escritor na minha escola", uma das etapas da Jornada Literária Chapada do Araripe, promovida pelo SESC Pernambuco. Foi emocionante. Escritores de Bodocó, Exu, Ouricuri, Araripina e de outras cidades tiveram um encontro marcado com as crianças e jovens. Falaram sobre suas vidas suas obras e reencontraram suas raízes. Participaram escritores que residem fora do Araripe a exemplo de Cícero Belmar, Cida pedrosa, Pedro Américo de Farias, José Mauro Alencar e escritores que continuam sua militância na Chapada, como José Andrade, Zé de Albina, João Casa Velha, dentre outros. Os alunos foram sujeitos ativos dessa ação, em muitas escolas prepararam recitais, apresentação de música e de danças típicas. É a literatura mostrando, mais uma vez, que o sonho e o encantamento pelas palavras é possível.


Silvana Menezes - Intelectual Colégio e Curso

Abertura Oficial

Às 19h30, no dia 13 de abril, aconteceu na Igreja Matriz de São José a abertura de gala da Jornada Literária Chapada do Araripe. A igreja estava lotada para ouvir a palestra: Poéticas do Sertão, proferida por Lourival Holanda com a mediação de Cícero Belmar. José Manoel Sobrinho, coordenador de cultura do SESC abriu a noite e passou o microfone para Cida Pedrosa que recitou o poema " Melodia ao amanhecer" de Marcelino Brígido, poeta, residente no Sítio Ferreiro, que encantou-se em 2010 e era uma das influências poéticas da escritora. Após a palestra, o Grupo de Poesia Vozes Femininas, formado pelas poetizas Mariane Bigio, Silvana Menezes, Susana Moraes, Rita Marize e Cida Pedrosa realizaram a récita: "No mundo do lua", com letras de músicas de Luiz Gonzaga. Nesse momento muita gente da plateia foi às lágrimas. O Público participativo fez muitas perguntas ao palestrante e a conversa se estendeu por muito tempo para uma plateia atenta e emocionada. Para finalizar esse dia o Cine Sayonara, onde hoje funciona a Sorveteria do Dido, foi reaberto especialmente para exibir a película "Tapete Vermelho". Uma fila enorme se formou à porta enquanto a música tema do cinema era tocada no carro de som. O primeiro dia da Jornada Literária Chapada do Araripe foi regado a muitas sensibilidades. Por várias vezes os escritores Cida Pedrosa e Cícero Belmar choraram e era visível a emoção no olhar de Lourival Holanda, todos escritores bodocoenses que voltaram para sua terra para falarem do ofício da escrita.


Enviado por Sennor Ramos