segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cargos: a disputa entre o governo e setores do PMDB estaria sob controle

Base aliada encontra fórmula para evitar ressentimentos no Congresso

O esperado confronto entre o PMDB e o governo Dilma na disputa por cargos não deverá ocorrer. Furnas já é assunto superado, assim como outros cargos cobiçados pelos peemedebistas. O caminho de entendimento teria sido uma solução alternativa: o PMDB oferecerá ao governo uma lista de cargos que pretende ocupar no segundo escalão do governo federal, dentro do perfil definido pelo Planalto, incluindo nomes de lideranças que não foram bem sucedidas nas últimas sucessões estaduais. E a confirmação desse entendimento veio através de uma declaração do próprio líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves, que considera a indicação do presidente para Furnas (reivindicada pelo PMDB) como assunto superado.

O governo até já indicou oficialmente o nome do novo titular. Casos como dos ex-ministros Gedell Vieira Lima, Iris Rezende e Hélio Costa são alguns dos peemedebistas que entrariam nessa nova equação. E as indicações para Furnas e Eletrobrás, onde haveria polêmica, já estão resolvidas com as indicações do Planalto, afinal envolvendo uma área que a nova presidente conhece bem. Dilma Rousseff teria escolhido pessoalmente o novo presidente da Eletrobras que será José da Costa Carvalho, ex-presidente da Cemig. O mesmo ocorreu com Flávio Decat, anunciado para Furnas. As diretorias das empresas serão compostas com nomes técnicos


Michel Temer e Antonio Palocci: eles ajudaram na equação política.

Agora o PMDB vai submeter uma lista de cargos que pretende ocupar. E para confirmar a superação do problema, o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves, disse que o problema criado no PMDB, a partir do veto do Executivo à indicação do presidente de Furnas, “é um assunto contornado”.

Programa de volta

A presidente Dilma Rousseff gravou na sexta-feira sua primeira edição do programa de rádio 'Café com a Presidenta' desde que assumiu o cargo, em janeiro. No programa, que será exibido hoje pela manhã, Dilma deve falar sobre a distribuição gratuita de medicamentos para tratar da hipertensão e diabetes. O programa foi instituído pelo ex-presidente Lula, sendo transmitido pela primeira vez em novembro de 2003.

O Fórum

O Fórum Social Mundial começou ontem em Dacar com uma passeata de dez mil pessoas pelas ruas da capital senegalesa. Lula deverá participar do evento, assim como o boliviano Evo Morales e o venezuelano Hugo Chavez. Em meio à crise econômica internacional e à turbulência política no norte da África e no Oriente Médio, o 11.ª o Fórum Social Mundial abordará o tema: As Crises do Sistema e das Civilizações, discutindo propostas e a realidade atual.

Interpretação

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal entende que a substituição de parlamentar, que deixa a Câmara para assumir postos no Executivo, deve ser feita por suplente do mesmo partido, e não por suplente de coligação partidária. O entendimento foi mantido pela ministra ao analisar dois mandados de segurança apresentados. A decisão não foi enviada, ainda, para a Mesa Diretora da Câmara, o que deve ser feito logo no início da semana.

Mudança de data

O presidente do Senado, José Sarney está colhendo assinaturas dos demais senadores para apresentar uma proposta de emenda à Constituição que modifique a data da posse de governadores e do presidente da República, realizada sempre no dia 1º de janeiro. Para protocolar a proposta, Sarney tem de juntar 27 assinaturas, mas ele já tem a adesão de 18 senadores. De acordo com a PEC elaborada por Sarney, a posse dos governadores passaria a ocorrer no dia 5 de janeiro e o presidente da República assumiria o cargo no dia 10 do mesmo mês.

A justificativa do presidente do Senado para apresentar a matéria é que a data atual acaba prejudicando a presença de líderes internacionais, porque estar muito próxima de datas comemorativas como o Natal e o Ano-Novo.