quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

FELICIDADE INTERNA BRUTA (FIB) VERSUS PIB

Por Célio Pezza

O que é mais importante em sua vida: ser feliz ou ser rico? O Butão, pequeno país budista vizinho ao Himalaia, instituiu o FIB (Felicidade Interna Bruta). Em 1972, seu novo rei, Jigme Singye, declarou durante sua posse que a Felicidade Interna Bruta é mais importante que o PIB (Produto Interno Bruto). A partir daí, baseou todo seu governo em quatro premissas: desenvolvimento econômico sustentável e equitativo, preservação da cultura, conservação do meio ambiente e boa governança. Essa política virou realidade e o Butão hoje mostra ao mundo que o nosso conceito de avaliação de países está errado. Veja o exemplo dos EUA, onde o PIB é considerado alto e ao mesmo tempo aumentam os índices de criminalidade, divórcios, neuroses e toda sorte de infelicidade. O problema é que o PIB só se preocupa com o crescimento material e não leva em conta se a riqueza foi gerada a partir de destruição de lares ou do meio ambiente.



Os “especialistas” impuseram ao mundo o conceito de que o crescimento econômico é a base e o objetivo das sociedades, e isto está nos levando ao desastre. Esse modelo de produção e consumo seguido de mais produção e mais consumo desestabilizou o ser humano e o Planeta. Uma nova empresa que se instala em uma região traz, sem dúvida, um aumento do PIB dessa região, mas se for acompanhada de uma degradação ambiental, da saúde e do bem-estar da comunidade, o resultado final será uma perda de qualidade de vida, mesmo com crescimento econômico.



Uma civilização focada na FIB é preocupada em fazer o bem e não em acumular lucros, pois, acima de certa quantidade, o dinheiro não vale nada em termos de felicidade. É uma tremenda virada nos conceitos atuais, mas que pode salvar o ser humano de um futuro desastroso. O primeiro-ministro do Butão explicou na ONU que é responsabilidade do Estado criar um ambiente que permita ao cidadão aumentar sua felicidade e é enfático ao afirmar que o sucesso de uma nação deve ser avaliado pela sua qualidade de vida e felicidade de seu povo e não pela sua habilidade de produzir e consumir.


Célio Pezza é escritor (www.celiopezza.com), mas tem sua formação acadêmica em Química e Administração de Empresas.