quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A surpresa do PMDB na Câmara: forma um super-bloco parlamentar.

Aliança tem 5 partidos e 202 deputados: visa a presidência da Casa e apóia Dilma.
A surpresa política atingiu até o novo governo: PMDB, PR, PP, PTB e PSC fecharam um acordo na Câmara para formar um bloco partidário: ele terá 202 deputados. O PT, principal aliado do PMDB, deverá ser ouvido a respeito, mas não integra o bloco, pelo menos até agora. A estratégia do líder Henrique Eduardo Alves, do PMDB, é ganhar força na corrida pela presidência da Câmara. E ele mesmo revela o objetivo perseguido: "Vamos atuar sempre em conjunto, para ajudar a Dilma. Vamos estar sempre alinhados aqui na Câmara e fora".



Ele diz, a propósito, que o bloco é aliado do PT e não dará um passo antes de ouvir a presidente eleita, Dilma Rousseff. E ainda garantiu que não haverá confrontos na base aliada. A estratégia do líder Henrique Eduardo Alves, do PMDB, no entanto parece ser a de isolar os petistas e ganhar força na corrida pela presidência da Câmara no ano que vem. "Vamos atuar sempre em conjunto, para ajudar a Dilma. Vamos estar sempre alinhados aqui na Câmara e fora", disse Henrique Alves, que é candidato à presidência da Casa. A questão, porém, não está encerrada, pois o PT também aspira o cargo. E tem nomes potenciais para concorrer: Cândido Vaccarezza, Marco Maia, João Paulo Cunha e Arindo Chinaglia.


Versão

Henrique Alves, porém, fez questão de dizer que a formação do bloco na Câmara não é uma estratégia contra o PT. "Não é uma atitude de confronto nem de conflito. Vamos esperar o que o PT vai fazer. Esse é apenas o primeiro passo. Poderemos dar o segundo junto com eles", disse o deputado do PMDB. E garante que “o objetivo é o entendimento..."

Foco

O líder do PMDB não comentou as indicações de nomes para a sucessão da Presidência da Câmara, muito embora o próprio Henrique Eduardo Alves tenha sido indicado pelo seu partido para o cargo. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, reduziu o risco de “racha” na base aliada, após o PMDB ter formado um bloco com o PP, PR, PTB e PSC. Dutra diz que a presidente eleita, Dilma Rousseff, vai trabalhar para manter a unidade da base e para ele, “movimentações de partidos são naturais”. A formação de bloco tem mais a ver com a divisão de forças na Câmara e no Senado do que com a definição dos assuntos do Executivo. E observou que conversa com todos líderes, independente de blocos, porque eles dizem respeito à ocupação de espaços no Parlamento: “Não significa necessariamente que a definição de assuntos do Executivo passe por esses blocos”.

PT não quer disputa

Dutra afirmou ainda que o PT mantém a posição de não criar uma disputa interna com o PMDB para as eleições das mesas da Câmara e do Senado. Além da expectativa na Câmara, há também problemas sobre a presidência do Senado. O PT quer incluí-lo nesse entendimento, mas o PMDB não concorda. Até agora pelo menos.

Mais tempo

Uma portaria publicada no Diário Oficial da União prorroga por mais 20 dias o prazo para que a comissão, instaurada com o objetivo de apurar o suposto tráfico de influência na Casa Civil, conclua os trabalhos. O prazo terminaria ontem. A portaria estabelecia que a apuração deveria ser concluída em 30 dias. No dia 18 de outubro, outra portaria prorrogou o prazo por mais 30 dias e agora um novo documento fixa mais 20 dias.

Reforma política

O presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, abriu o seminário Reforma Política - Um Projeto Para o Brasil. O encontro será encerrado com a elaboração de um documento contendo as propostas da entidade para a reforma política, a ser encaminhado à presidenta eleita, Dilma Rousseff, e às presidências da Câmara dos Deputados e do Senado.

Hoje devem participar dos debates os ministros do STF, Carlos Ayres Britto e Ricardo Lewandowski. O seminário marca os 80 anos de fundação da OAB.


Por Carlos Fehlberg