sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sexta-Feira, 18 de Junho, o dia que nos deixa, José Saramago.


Hoje, sexta-feira, 18 de Junho, José Saramago, faleceu às 12.30 horas na sua residência de Lanzarote, aos 87 anos de idade, em conseqüência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença.
O escritor morreu estando acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranqüila.

José de Sousa Saramago, nasceu em Azinhaga, Golegã, no dia, 16 de Novembro de 1922, foi escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.

Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou o Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário da língua portuguesa. Saramago era considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.
O seu livro Ensaio Sobre a Cegueira foi adaptado para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão, Brasil e Canadá, dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Jardineiro Fiel e Cidade de Deus).

Em 2010 o realizador português António Ferreira adapta um conto retirado do livro Objeto Quase, conto esse que viria dar nome ao filme Embargo, uma produção portuguesa em co-produção com o Brasil e Espanha.
Nasceu na província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro, embora o registro oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, era membro do Partido Comunista Português e foi diretor do Diário de Notícias. Juntamente com Luiz Francisco Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Era casado com a espanhola Pilar del Río, Saramago viveu em Lanzarote, nas Ilhas Canárias.

Saramago era conhecido por utilizar frases e períodos compridos, usando a pontuação de uma maneira não convencional. Os diálogos das personagens são inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma que não existe travessões nos seus livros: este tipo de marcação das falas propicia uma forte sensação de fluxo de consciência, a ponto do leitor chegar a confundir-se se um certo diálogo foi real ou apenas um pensamento. Muitas das suas frases (i.e. orações) ocupam mais de uma página, usando vírgulas onde a maioria dos escritores usaria pontos finais. Da mesma forma, muitos dos seus parágrafos ocupariam capítulos inteiros de outros autores. Apesar disso o seu estilo não torna a leitura mais difícil, os seus leitores se habituam facilmente ao seu ritmo próprio.

Estas características tornaram o estilo de Saramago único na literatura contemporânea: era considerado por muitos críticos um mestre no tratamento da língua portuguesa. Em 2003, o crítico norte-americano Harold Bloom, no seu livro Genius: A Mosaic of One Hundred Exemplary Creative Minds ("Gênio: Um Mosaico de Cem Exemplares Mentes Criativas"), considerou José Saramago "o mais talentoso romancista vivo nos dias até hoje" (tradução livre de the most gifted novelist alive in the world today), referindo-se a ele como "o Mestre". Declarou ainda que Saramago era "um dos últimos titãs de um gênero literário que se está a desvanecer".

Fontes textos: Wikipédia e Josesaramago.org
Imagens: http://www.ateismo.net/2008/10/08/inveterado-ateu/
http://eurolatinpress.files.wordpress.com/2009/10/jose-saramago.jpg