Armando Monteiro Neto defendeu reformas
e lembrou que a indústria vem perdendo espaço na economia. Sobre demissões em
montadoras, declarou que empresas e sindicatos estão perto de uma solução
negociada e que ainda não há necessidade de intervenção do governo
Brasília – Diante de um
auditório com 15 dos 39 ministros e representantes de peso do empresariado
brasileiro, o senador pernambucano Armando Monteiro Neto foi empossado na tarde
da ultima quarta-feira (7) como ministro do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior cobrando reformas. De imediato, ele fez vários anúncios de
medidas a serem apresentadas nos próximos dias. O primeiro trabalho a ser
apresentado, segundo ele, será um plano "arrojado" para estimular as
exportações no país. O novo ministro afirmou que sua estratégia de trabalho
terá foco em uma agenda de promoção do desenvolvimento. E acentuou que se as
reformas necessárias, como a tributária, não forem feitas pelo Congresso – como
tem sido pleiteado e como se espera – "o Brasil crescerá pouco nestes
quatro anos".
“O país
precisa ser mais competitivo e voltar a crescer”, enfatizou Monteiro Neto, ao
acrescentar que somente a melhoria da competitividade da economia pode
impulsionar as exportações, cujos índices apresentaram queda em 2014.
“Atualmente, 100 empresas concentram dois terços das exportações brasileiras.
Precisamos encontrar um jeito de estimular as vendas externas das micro,
pequenas e médias empresas”, afirmou o ministro, que tem origem no setor
empresarial – foi presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da
federação pernambucana do setor. Em seu discurso, Monteiro Neto lembrou que,
desde 1985 a participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) caiu
de 25% para 14% – motivo pelo qual “a agenda da competitividade da indústria é
imprescindível”, acrescentou. “O setor vem perdendo espaço na economia.”
O
programa de incentivo às exportações, a ser realizado em conjunto com o
Ministério das Relações Exteriores, visa, segundo ele, a construir “uma
política de comércio exterior mais ativa, para ampliar acordos comerciais do
Brasil com parceiros estrangeiros como Estados Unidos, China e países do
Mercosul”. De acordo com o ministro, o plano "terá de contemplar medidas
focadas na superação de entraves relacionados a financiamento, garantias e desoneração
de exportações e facilitação de comércio".
Entre
os anunciados, cinco eixos de sua gestão, Monteiro Neto referiu-se a um novo
status para o comércio exterior, simplificação tributária, investimento,
inovação e governança. Também citou o combate à burocracia como prioridade.
Agencia Brasil