Comentário foi feito por João Otávio de Noronha em um
evento que discutia os limites da atuação do Poder Judiciário.
Conforme notícia do Estadão, comentário foi
feito por João Otávio de Noronha em um evento que discutia os limites da
atuação do Poder Judiciário; mais tarde, o ministro afirmou em nota que fez uma
brincadeira e ressaltou que ele foi o primeiro juiz a reconhecer a união
homoafetiva.
Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
e responsável pela Corregedoria Nacional de Justiça, João Otávio de Noronha
afirmou nesta segunda-feira, 4, que heterossexuais “não têm mais direito
nenhum” no Brasil.
O comentário, em tom de brincadeira, foi feito
logo após o ministro afirmar que o “juiz constitucional não pode ser pautado
pelas minorias só”, em um evento que discutia os limites da atuação do Poder
Judiciário.
"Hoje o nosso juiz constitucional não
pode ser pautado pelas minorias só. Aliás, eu já vi que eu quero meus
privilégios porque o heterossexual agora está virando minoria no Brasil. Não
tem mais direito nenhum", disse João Otávio de Noronha, no seminário
“Independência e Ativismo Judicial: Desafios Atuais”, no STJ.
Afirmando que é necessário ter atenção para
não extrapolar a atuação da Justiça, Noronha disse que há um comportamento
entre magistrados que pode levar a um tipo de insegurança e imprevisibilidade.
Disse então que, para quem está solteiro, é
preciso ter “cuidado” na hora de ir em frente em um namoro, “porque você pode
ter amanhã vínculo jurídico que você não tinha desejado”, em alusão ao
reconhecimento dos direitos de pessoas em união estável como equiparáveis aos
de quem está em casamento.
“E se fizer declaração de que é só namorado,
tem ministro, tem juiz, que diz que isso não vale. Que não expressa a vontade
real”, disse.
Mais tarde, o ministro afirmou por meio de
nota que fez uma brincadeira durante a palestra. Ressaltou que ele foi o
primeiro juiz a reconhecer a união homoafetiva e que respeita e sempre
respeitou os direitos das minorias, em especial os da comunidade LGBT.
Presenças. O evento sobre os limites da
atuação do Poder Judiciário teve a presença da presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, da presidente do STJ, ministra Laurita
Vaz, e do ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
Gilmar Mendes.
A expressão “ativismo judicial” é utilizada
para se referir a situações em que a Justiça toma decisões em relação a temas
que poderiam ser definidos pelos poderes Legislativo e Executivo.
Há quem veja nisso excessos, há quem veja o
dever do Poder Judiciário sendo cumprido.
Em sua fala, Noronha aproveitou para defender
o papel do Poder Legislativo mesmo em meio à enxurrada de investigações a que
estão submetidos parlamentares.
“Se tem deputado
e senador sendo processado, essa é uma outra questão. Mas o poder de julgar do
Congresso não se perdeu por causa de corrupção de um ou outro. É um poder que
está na Constituição e
é a consagração do princípio democrático”, disse.
Fonte: Estadão