sexta-feira, 11 de novembro de 2016

RENNAN CALHEIROS PROMETE CAÇAR SUPERSALÁRIOS DE JUIZES QUE RECEBEM INCONSTITUCIONALMENTE

A vendeta, quando fria e silenciosa, é digna de aplausos. Que Renan Calheiros (PMDB) dá corda ao processo de investigação dos salários majestosos do Judiciário (e executivo e legislativo) por pura picuinha, não há quem duvide. Mas que ela é indispensável para que se recupere um mínimo de dignidade no Brasil também não cabe discordância. Ou a lei é para todos ou a ilegitimidade que hoje reside no Planalto vai se estender até a barraca de pipoca da praça.

O presidente do Senado é o alvo do Judiciário por conta das suas implicações em operações como a Lava-Jato e outras mais. Ele deverá ser excluído da linha sucessória por decisão do STF. Uma humilhação para alguém vaidoso como ele. Cacique político das Alagoas, manda chuva em um estado onde a elite política manda mais do que qualquer lei ou autoridade, Renan já armou a cilada. E nela pretende instalar gente boa da magistratura de todo o país que recebe muito mais do que determina como teto a Constituição Federal.

São os beneficiários daquela blasfêmia chamada "direito adquirido". Juntando um pinguinho daqui e uma vantagem dali, alguns homens de terno e símbolo da Justiça na lapela auferem R$ 50, 100 e até 200 mil reais de maneira legal - igualmente imoral.

Mas, como de bobo o senador não tem nada, ele afirmou que a ideia é investigar supersalários nos três Poderes. Para cair na malha fina de Renan basta que o servidor público receba mais do que R$ 33.763 - o teto constitucional.

Na reta estabelecida por Renan há um magistrado acima de qualquer suspeita que virou até personagem de cinema. Dizem que tal juiz chegou a receber até o dobro do que seria legal. Seu nome tem sido mantido no mais absoluto sigilo. E com isso fica difícil as pessoas deduzirem, né? Pois é. Mas pode ser boato também ou maledicência desse povo!

A relatora da comissão é uma senadora que não costuma brincar em serviço: Kátia Abreu (PMDB-TO).


Artigo publicado no CONEXÃO JORNALISMO