Francisco
Ferraz
A
campanha do candidato a vereador é muito diferente de todas as demais campanhas
eleitorais para outros cargos públicos. Em primeiro lugar porque,
para a maioria das pessoas, ela costuma ser o primeiro passo na transição da
vida privada para a vida do homem público. Ela tende a ser o canal de acesso ao
mundo político. Como tal, para muitos, é uma experiência nova e um aprendizado
que os distingue daqueles outros que já passaram pela experiência e que buscam
a reeleição.
Em segundo
lugar, porque, como regra, são as "primas pobres" das
demais eleições. O "grosso" dos recursos é destinado à campanha
majoritária para a prefeitura. Espera-se que o candidato a vereador seja capaz
de financiar a sua própria campanha, principalmente e, sobretudo, quando
disputa sua primeira eleição.
Em terceiro
lugar, pela enorme dificuldade de atrair a atenção pública,
quando comparada com todas as demais eleições. Tanto as eleições executivas,
quanto, em menor medida, as legislativas estaduais e federais, mobilizam mais o
interesse e a busca da informação e a atenção do eleitor que a de vereador.
O
vereador, tomado isoladamente, e, numa comparação genérica com os demais
políticos, é o que menos poder possui. Dessa condição decorre o baixo interesse
da mídia, a reduzida cobertura dada pelos seus veículos às atividades dos
vereadores, e, em consequência, o baixo nível de informação e interesse do
eleitor comum na escolha do seu candidato, e, depois, no acompanhamento de suas
atividades.