quarta-feira, 20 de maio de 2015

OS CONTATOS DO LEGISLADOR COM A SUA BASE POLÍTICA - PARTE I


Francisco Ferraz

O impacto crescente da ação dos governos, em todos os níveis, na vida das pessoas, tem aumentado consideravelmente as tarefas e responsabilidades dos legisladores. Frente a problemas de natureza pessoal ou da sua comunidade, os eleitores, em números crescentes, buscam o apoio e a ajuda dos seus representantes.

O resultado deste processo, como não poderia deixar de ser, é a necessidade de o representante alocar quantidades grandes de seu tempo para o desempenho desta "função representativa", reduzindo expressivamente sua disponibilidade de tempo, para o exercício de sua "função legislativa". Este é um problema que, nos seus aspectos negativos e positivos, atinge mais ao legislador que ao político com cargo no Executivo.

Atinge negativamente porque as demandas dos eleitores não se sujeitam a qualquer planejamento e ocorrem no momento mais conveniente para o eleitor, que pode coincidir com o momento menos conveniente para o legislador. Mais ainda, o eleitor que procura o legislador - como não tem conhecimento das atividades que ocupam o seu tempo - tende a ser muito exigente e impaciente. Quer ser atendido logo, e se possível pelo titular. Frustrado nesta tentativa, firma um conceito negativo e definitivo sobre seu representante.

Atinge positivamente porque assegura um fluxo constante de comunicação entre o representante e o eleitor, que é requisito da "campanha permanente". Cada contato, bem aproveitado, pode resultar num retorno político certo, e na fixação e ampliação da sua base eleitoral.