A expressão
reforma política aparece no glossário da grande maioria dos políticos
brasileiros quase sempre em duas circunstâncias: ou é desculpa para deixar tudo
como está ou é uma daquelas promessas de campanha eleitoral a ser esquecida
assim que se desmontarem os palanques. Mas na percepção da sociedade a história
muda de figura, como evidenciaram as grandes manifestações que tomaram as ruas
em junho de 2013 e como confirmaram várias pesquisas de opinião que colocam na
rabeira dos rankings de credibilidade os políticos e o Congresso Nacional.
Os mais otimistas
chegaram até a acreditar que esses sinais alertariam os
mandatários para que, pelo menos, começassem a costurar, efetivamente, a reforma política – aliás, uma reivindicação recorrente de organizações civis preocupadas com as fissuras que o descrédito nas instituições
públicas pode provocar na consolidação do estado democrático de direito.
Reivindicação essa endossada por 61% dos brasileiros que apoiam as campanhas
pela reforma política, segundo pesquisa do Ibope e Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB).
Em 2014, a confiança nas instituições melhorou alguns pontos, porém esse alento deverá durar pouco. O recrudescimento de graves denúncias de corrupção, o abandono das promessas de campanha e o embate entre os quadros traçados pelos candidatos e realidade bem menos rósea quase certamente causarão impacto negativo na percepção da população. Além disso, o que se vê nesta transição de mandatos denota que os recados de junho de 2013 parecem já ter caído no esquecimento. Desde o palavreado chulo e agressões frequentes nas declarações até a troca de apoio no Congresso por liberação de verbas ou por cargos, vem a público uma série de fatos que só contribuem para aumentar a desmoralização da classe política perante o eleitorado. Com isso, os bons e os maus representantes do povo acabam jogados na mesma vala comum, numa avaliação injusta, pois desconsidera as exceções.
Em 2014, a confiança nas instituições melhorou alguns pontos, porém esse alento deverá durar pouco. O recrudescimento de graves denúncias de corrupção, o abandono das promessas de campanha e o embate entre os quadros traçados pelos candidatos e realidade bem menos rósea quase certamente causarão impacto negativo na percepção da população. Além disso, o que se vê nesta transição de mandatos denota que os recados de junho de 2013 parecem já ter caído no esquecimento. Desde o palavreado chulo e agressões frequentes nas declarações até a troca de apoio no Congresso por liberação de verbas ou por cargos, vem a público uma série de fatos que só contribuem para aumentar a desmoralização da classe política perante o eleitorado. Com isso, os bons e os maus representantes do povo acabam jogados na mesma vala comum, numa avaliação injusta, pois desconsidera as exceções.
Ruy Martins Altenfelder Silva é presidente do Conselho de Administração do CIEE e da Academia Paulista de Letras Jurídicas (APLJ)