No prefácio de um livro cujo título
indaga Por que estudar a mídia?, o professor britânico Roger Silverstone
oferece aos leitores um bom argumento para tanto: “Não podemos escapar à mídia.
Ela está presente em todos os aspectos de nossa vida cotidiana”. De fato, desde
que acordamos até o momento em que fechamos os olhos para o merecido descanso,
os meios de comunicação estão a nos informar, convencer, seduzir, alegrar e
aborrecer com boas e más notícias. Abarrotados de conteúdos, atendem a todos os
gêneros, talentos e necessidades que a espécie humana conseguiu projetar em seu
processo de autoconstrução. É por essa razão que estudar a mídia é uma tarefa
necessariamente multidisciplinar. Afinal, ela mantém interrelações com inúmeras
áreas do saber, da Arquitetura à Psicologia, da Antropologia à Educação,
transitando ainda pelos territórios da saúde, justiça, política, organização
social, arte e moda. Para muitos, a mídia é praticamente um oráculo, como
chegou a descrever um de seus estudiosos no século passado.
Nesse universo de intermináveis conteúdos, não seria um exagero propor que um dos ingredientes mais importantes do sistema midiático é exatamente o Jornalismo. Muito embora as demais produções – ficcionais ou não – tenham um determinado grau de influência na vida em sociedade, é nos vários suportes da imprensa que o cidadão busca informações que o ajudem a tomar decisões na vida. Se compra um imóvel, se vota para um candidato, se planeja ir ao cinema no fim de semana, se participa de uma passeata... É impossível fugir à mediação exercida pelo Jornalismo. Não foi à toa que, como informou a Folha de S.Paulo, em 3 de agosto último, um amplo debate sobre o Jornalismo dominou um dia inteiro da concorrida Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP). No evento, o jornalista Glenn Greenwald, aquele que revelou os documentos secretos vazados pelo ex-agente Edward Snowden, não poupou críticas ao jornalismo “que expõe os dois lados”. Ao levantar o assunto, tocou em uma ferida que, se não foi provocada, vem aumentando de tamanho depois da internet. O conferencista argumentou que esse tipo de jornalismo “não tem nenhum valor”. Para Snowden, não existe jornalista sem opinião: “A questão é se você as expõe ou finge que não as tem e engana seus leitores”.
Nesse universo de intermináveis conteúdos, não seria um exagero propor que um dos ingredientes mais importantes do sistema midiático é exatamente o Jornalismo. Muito embora as demais produções – ficcionais ou não – tenham um determinado grau de influência na vida em sociedade, é nos vários suportes da imprensa que o cidadão busca informações que o ajudem a tomar decisões na vida. Se compra um imóvel, se vota para um candidato, se planeja ir ao cinema no fim de semana, se participa de uma passeata... É impossível fugir à mediação exercida pelo Jornalismo. Não foi à toa que, como informou a Folha de S.Paulo, em 3 de agosto último, um amplo debate sobre o Jornalismo dominou um dia inteiro da concorrida Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP). No evento, o jornalista Glenn Greenwald, aquele que revelou os documentos secretos vazados pelo ex-agente Edward Snowden, não poupou críticas ao jornalismo “que expõe os dois lados”. Ao levantar o assunto, tocou em uma ferida que, se não foi provocada, vem aumentando de tamanho depois da internet. O conferencista argumentou que esse tipo de jornalismo “não tem nenhum valor”. Para Snowden, não existe jornalista sem opinião: “A questão é se você as expõe ou finge que não as tem e engana seus leitores”.