Por Francisco
Ferraz
Falar e ouvir, principalmente falar, é a marca dos
políticos e da política. Falar num discurso no pódio de uma Câmara Legislativa,
falar numa reunião com assessores, falar em sussurros com outros políticos,
falar para a mídia, conversar com eleitores, falar e falar.
Não apenas falar, mas falar bem. Adestrar-se em cursos e livros de
oratória, treinar a voz, cuidar da voz, aprender os “truques” que funcionam,
adquirir a capacidade de dramatização, dominar a arte do discurso.
Tudo isto está certo. O político deve falar e deve falar bem. Esta é uma
arte do seu ofício que precisa ser dominada. Não há a menor dúvida que a
oratória conquista, convence, persuade; nem tampouco que a argumentação
consistente e sólida se impõe; nem mesmo que a dramatização oportuna e
apropriada comove e sensibiliza; que o uso habilidoso das palavras pode
seduzir.
A questão da valorização da palavra torna-se então de suma importância
para o político, exatamente pelo uso intensivo e frequente que dela faz no
exercício de seu ofício.