Poderá o período da copa do mundo de futebol, já iniciado, ofuscar as estruturas da sucessão presidencial de outubro, também já em pleno desenvolvimento? Parece que sim. Há um mês do início do certame maior do esporte mundial, ninguém quer saber mais das tertúlias a respeito de quem ocupará o palácio do Planalto no próximo quadriênio. Tanto faz que seja Dilma, conquistando a reeleição, ou Aécio Neves, Eduardo Campos ou algum penduricalho a mais. A verdade é que o Brasil, se quis iniciar o processo sucessório antes da hora, agora desistiu. Estará atrasado quando retomá-lo.
A pergunta que se faz é se os resultados do certame irão interferir na escolha do inquilino do palácio do Planalto. Até agora, mesmo com a queda nos índices de popularidade da presidente Dilma, ela aparece como vitoriosa, tanto faz se no primeiro ou no segundo turno.
Não mudando as tendências do eleitorado, as cartas estão lançadas. Surge aí a grande dúvida: será um novo governo? Uma administração livre dos desvios apresentados até agora por conta do fisiologismo adotado desde os tempos do Lula? Um governo empenhado em nomear os melhores para cada ministério, despojado das influências dos partidos da chamada base parlamentar oficial.
Fica tudo nos ombros da presidente. Cabe a ela submeter-se à pressão dos partidos, a começar pelo seu próprio, o PT, ou sacudir a poeira da chantagem e partir para ´promover um governo que não conseguiu realizar nos primeiros quatro anos. Manter identidade com o ex-presidente Lula continuará seu dever de lealdade, mas curvar-se aos ditames casuísticos do antecessor significará seu fracasso diante da História.
Tudo isso se esclarecerá depois da copa do mundo de futebol. Agosto e setembro mostrarão o acirramento dos ânimos partidários, não mais entre candidatos, mas entre propostas de recuperação do país.
Agora, existem obstáculos diante dessa equação tão simples quanto necessária: como reagirão os cultores do fracasso? Formarão uma frente anti Dima ou abrirão os braços?
