segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

MÉDICOS BRASILEIROS SE UNEM EM CAMPANHA CONTRA A REELEIÇÃO DE DILMA ROUSSEFF

Enquanto o Palácio do Planalto se preocupa com o abandono em série de cubanos do programa Mais Médicos, uma ação robusta com vistas à campanha eleitoral vem sendo orquestrada pela classe médica brasileira. Em grupos do WhatsApp e do Facebook, nos corredores de hospitais e em congressos médicos, são freqüentes as críticas e os ataques à gestão de Dilma Rousseff e do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha. A categoria acredita que foi demonizada pelo governo por se posicionar contra o programa implantado em agosto de 2013. Em rede e em sintonia, a maioria dos 400 mil médicos do País deverá constituir uma das frentes de oposição mais contundentes à reeleição de Dilma.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) afirma que, ao implementar o Mais Médicos, o governo vendeu a ideia de que as dificuldades no Sistema Único de Saúde (SUS) eram decorrentes da falta de médicos interessados em trabalhar no interior e na periferia das grandes cidades. "Não se pode apresentar à população os médicos como se fossem mercenários, que se recusam a atender os mais necessitados", critica o vice-presidente do CFM, Carlos Vital Corrêa. "O governo se valeu de marketing caro e induziu a população contra os médicos de maneira injusta."

Segundo a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), o governo Dilma decidiu implementar o Mais Médicos por se tratar de um "programa eleitoreiro", que já havia sido testado com êxito na Venezuela por Hugo Chávez. A chegada de médicos vindos do exterior, anunciada logo após os protestos de junho, seria uma resposta às demandas das ruas.

"Diante de sua impossibilidade gerencial de garantir assistência médica à população brasileira, o governo trabalhou a ideia de que os médicos brasileiros quisessem ganhar R$ 30 mil e, por isso, teria que trazer esses campeões da solidariedade cubanos", analisa o presidente da Fenam, Geraldo Ferreira, acrescentando que o salário do médico nos municípios contemplados pelo programa é, em média, de R$ 1.500 por 20 horas semanais.