Ao passar pelo crivo de especialistas e equipes
multidisciplinares, a riqueza de dados coletados pelos censos demográficos a
cada dez anos gera uma apurada radiografia dos vários ângulos do País.
Um dos
mais recentes subprodutos do Censo de 2010 é o Atlas
do Desenvolvimento Humano Municipal 2013, que retrata as menores unidades da Federação numa
perspectiva que vai além do crescimento econômico.
A conclusão do estudo confirma a percepção empírica da
maioria da população: o Brasil vem crescendo, mas, em que pesem os avanços
sociais, persistem ainda vergonhosas desigualdades. Ou seja, não é para todos
os brasileiros que os bons resultados da economia se traduzem em benefícios
concretos, a exemplo da saúde, educação universalizada e de qualidade, maior
participação política, justa distribuição de renda e oportunidades equitativas
de trabalho.
Ao focar o microcosmo da realidade nacional, o Atlas revela disparidades que corroem parte do entusiasmo provocado pela notícia de que o Brasil, com pontuação de 0,727 (numa escala que vai de 0 a 1), finalmente ascendeu à faixa dos países com alto desenvolvimento humano – um indicador que leva em conta três fatores: expectativa de vida ao nascer, educação e renda.
Ao focar o microcosmo da realidade nacional, o Atlas revela disparidades que corroem parte do entusiasmo provocado pela notícia de que o Brasil, com pontuação de 0,727 (numa escala que vai de 0 a 1), finalmente ascendeu à faixa dos países com alto desenvolvimento humano – um indicador que leva em conta três fatores: expectativa de vida ao nascer, educação e renda.
Isso porque, na leitura desalentadora do mapeamento,
convivem municípios com renda per capita que variam de R$1,7 mil a R$210.
Alguns ostentam mais de 80% dos adultos com o ensino fundamental completo
contra outros com menos de 13%. Ou, ainda, uma Região Sul, com esperança de
vida de 78 anos, aparece ao lado de um Nordeste, onde a expectativa de vida de
uma criança ao nascer não chega aos 66 anos.
Ruy Martins Altenfelder Silva é presidente do CIEE e da Academia Paulista de Letras Jurídicas (APLJ)