São João, São
Pedro e Santo Antônio terão que ser compreensivos este ano. Uma das
comemorações mais tradicionais do Nordeste, os festejos juninos, que
homenageiam esses três santos, serão mais comedidos em diversas cidades do
interior de Pernambuco. Um exemplo emblemático é Caruaru, que estampa o slogan
de maior São João do mundo. Apesar de a prefeitura tentar espantar as versões
de que estaria com dificuldades financeiras para realizar a festa, a previsão
de gastos atesta uma redução de pelo menos R$ 1 milhão em relação a 2012.
“Renegociamos
contratos e conseguimos baixar alguns preços. Nossa preocupação é não ficarmos
com contas a pagar para depois”, argumentou o diretor da Fundação de Cultura de
Caruaru, Djair Vasconcelos.
O principal desafio dos prefeitos dos
municípios pernambucanos tem sido firmar parcerias privadas para tentar superar
a escassez de recursos devido à crise econômica gerada pela maior seca das
últimas cinco décadas. Soma-se a isso, na alegação dos gestores, a diminuição
de repasses de recursos federais – entre eles o Fundo de Participação dos
Municípios -, sobrando menos dinheiro para a cidade entrar com contrapartidas.
Em muitos casos, para não suspender o São João, as prefeituras reduziram o
número de dias de festejos e recorreram a pedidos de ajuda ao governo estadual.
Trinta e quatro municípios estão em uma espécie de lista de “socorro junino” ao
governo do estado, através da Casa Civil. A ajuda deve vir na forma de custeio
de atrações.
“Está tudo caminhando, mas houve uma
contenção no orçamento e tivemos que adequar tudo. Passamos de sete para quatro
dias de festa. O apoio do governo será fundamental”, comentou o secretário de
Cultura e Turismo de Salgueiro, Eugênio Cruz. Localizado no Sertão pernambucano,
o município estima gastar R$ 500 mil com a festa de São João, menos da metade
dos R$ 1,2 milhão aplicados no ano passado. “Nosso compromisso é o de
viabilizar a economia e não agradar com festas. Mas essas festas também ajudam
a movimentar a economia da cidade”, completou Cruz. Salgueiro foi um dos
municípios consultados pelo Diario para falar sobre o assunto.
No Agreste, Sanharó por pouco não ficou
sem São João. A saída foi apostar em bandas menos conhecidas. A economia
esperada é de R$ 200 mil em uma festa que já chegou aos R$ 300 mil em épocas
anteriores. “Vivemos da pecuária leiteira e quase 70% do nosso rebanho se
perdeu, seja por morte ou levado para outros lugares”, explicou o prefeito
Fernando Fernandes (PCdoB).
(Informações e arte do Diario de Pernambuco)
O que algumas cidades de Pernambuco têm
feito para garantir a festa de São João:
Araripina
Deve reduzir em 50% os gastos.
Diminuiu em dois dias o calendário da festa.
Caruaru
Estima reduzir de R$ 10 milhões para R$ 9 milhões os gastos.
70% dos recursos vêm do governo estadual e federal, além de parcerias privadas.
30% serão da contrapartida do município.
Salgueiro
Redução de gastos de R$ 1,2 milhão para R$ 500 mil.
Serão quatro dias de festa, em vez de uma semana.
(Informações e arte do Diário de Pernambuco)