sexta-feira, 17 de maio de 2013

EDUARDO NÃO CEDE A PRESSÕES DO PALÁCIO DO PLANALTO E CONTINUA COSTURANDO ALIANÇAS PELO BRASIL TODO


Depois de interromper um longo período de viagens pelo país, despertando suspeitas de que poderia recuar de seu projeto presidencial, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB),  retoma o trabalho de articulação de alianças para a construção dos chamados palanques regionais. A estratégia do PSB está concentrada nas 400 maiores cidades, que reúnem 60% do eleitorado nacional.
Campos oficialmente cedeu às cobranças para não se ausentar de forma ininterrupta do Estado – ele que chegou a afirmar ser possível governar pelo laptop. Seu mergulho incluiu uma incursão no sertão pernambucano, o que serviu também para reduzir a exposição nacional considerada excessiva pelos seus analistas de campanha.
Foram 15 dias durante os quais se especulou que recuaria do projeto presidencial depois de supostamente informado da possibilidade de o ex-presidente Lula vir a ser o candidato do PT  em 2014 , ao invés de Dilma.  Hipótese possível, em que o PSB diz não acreditar.
De qualquer forma, na próxima quarta-feira (15), o governador desembarca na Expogestão, em Joinville, Santa Catarina, para uma palestra sobre gestão pública, ao lado do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB).
Abrindo portas
Campos tem agido bastante nos bastidores. No Ceará, convidou a principal adversária do governador Cid Gomes (PSB) – a ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT) – a ingressar no PSB. Foi a resposta mais contundente à oposição do correligionário à sua candidatura, que a aceita apenas para 2018.
Em Goiás, Campos reagiu ao  PMDB, que cooptou a principal liderança do PSB no Estado,  o empresário José Batista Júnior, um dos sócios do frigorífico Friboi, em quem o partido apostava todas as fichas para a disputa do governo. Num movimento que contou com a participação do Palácio do Planalto, o empresário  trocou de partido pressionado pela sua condição de sócio do BNDES nos empreendimentos sob sua gestão.
Em menos de um mês,  o PSB tirou do PMDB o empresário Vanderlan Cardoso, ex-prefeito de Senador Canedo, município na região metropolitana de Goiânia. Cardoso era pré-candidato do PMDB ao governo ou ao Senado. “Onde fecharem uma porta outras dez se abrirão”, provocou o governador no ato da filiação de Cardoso ao PSB.
Por João Bosco Rabello - O Estadão