Por que é muito cedo para fazer a campanha?
Em primeiro lugar, por causa da lei. No Brasil, a
lei define com precisão o período de campanha. Ele chega, após os períodos, que
também são legalmente determinados, de registro de candidatura junto ao
partido, que, por sua vez, depende de convenção partidária prévia e homologação
formal pelo Tribunal Eleitoral. Assim, ainda que por decisão pessoal você seja
já um candidato, formalmente não o é, e como tal não pode se apresentar nem
colher fundos para a campanha.
Em segundo lugar, por razões políticas e não
legais, não é este o momento de fazer campanha. O eleitor ainda não está focado
na eleição - que a ele parece um acontecimento remoto - e não vai se interessar
por campanhas, candidatos e propostas.
Também a mídia não vai dar destaque à eleição
agora, com tanta antecedência. Ela tem outras pautas a cobrir, que são mais
atuais e atraentes, sobretudo as novas administrações e legislativos municipais.
Portanto, é cedo para fazer campanha, mas como alerta o título desta coluna,
não é cedo para começar a preparar a sua campanha.
Por
que não é cedo para começar a preparação?
Antes de tudo, pela simplória razão que este é o
único período em que pode-se dizer que "sobra tempo". Como as
atividades que mais consomem tempo não podem ser realizadas agora, há uma sobra
de tempo que deve ser bem aproveitada pelo candidato precavido.
Quando a campanha começar, esta "sobra"
vai desaparecer por completo e ser substituída por um "déficit"
permanente que não mais poderá ser resolvido. Não esqueça que numa campanha
pode se comprar tudo menos o tempo.
Se, na ocasião da campanha, sofrendo o drama do
"déficit", você perceber que está perdendo tempo, fazendo o que poderia
ter feito antes dela começar, não apenas você vai se sentir culpado, como
merece sentir-se assim. Então será tarde demais e você terá que desviar o
limitado tempo que dispõe para o contato com o eleitor para se dedicar a fazer
aquilo que podia ter feito meses atrás.