A crise hoje vivida pela saúde tem nome e endereço: o corporativismo da classe médica. A Portaria de abril deste ano, atendendo determinação da Constituição Federal de l988, portanto passados 23 anos, limitando aos trabalhadores da saúde dois vínculos públicos, por concurso ou contrato temporário, era do conhecimento de todos, em especial, da categoria médica e dos parlamentares.
Mesmo sabendo que essa lei mais cedo ou mais tarde entraria em vigor, os Conselhos dos médicos a nível Estadual e Federal alardeavam existir no país médico suficiente para atender a população. Representantes classistas escreveram artigos em jornais de grande circulação, querendo provar a todo custo a tese de que médicos não faltavam e a crise vivida pela saúde era apenas uma questão de gestão. Não era e não é.
A preocupação do Conselho Federal de Medicina e os seus Conselhos Estaduais não é o atendimento à população, a ética médica, o juramento feito pela categoria. A preocupação maior é a reserva de mercado.
Enviada por Marlos Duarte - direto de Garanhus -PE