terça-feira, 23 de maio de 2017

INSTAGRAM É A PIOR REDE PARA A SAÚDE MENTAL DOS ADOLESCENTES


Estudo britânico atribui a pior nota ao aplicativo por sua capacidade de gerar ansiedade entre os jovens

As redes sociais mais populares são fonte de inumeráveis benefícios e vantagens para seus usuários, mas também geram efeitos colaterais pouco saudáveis. Um novo estudo, realizado entre jovens britânicos, aborda um problema muito particular: o bem-estar e a saúde mental dos usuários de tais serviços. Segundo esse trabalho, o Instagram poderia acabar sendo a rede social mais nociva entre os adolescentes, por seu impacto na saúde psicológica dessa faixa etária mais vulnerável. Atrás dele, embora também com notas negativas, estariam Snapchat, Facebook e Twitter. A única rede avaliada positivamente é o YouTube, o portal de vídeos da gigante Alphabet.

“Os jovens que passam mais de duas horas por dia em redes sociais como Facebook, Twitter e Instagram estão mais propensos a sofrerem problemas de saúde mental, sobretudo angústia e sintomas de ansiedade e depressão”, diz o estudo, realizado pela Real Sociedade de Saúde Pública do Reino Unido e pela Universidade de Cambridge. Para analisar o possível impacto sobre a juventude britânica, os especialistas estudaram as atitudes de 1.500 indivíduos de 14 a 24 anos nessas redes.

Foram levados em conta 14 fatores, tanto positivos como negativos, nos quais as redes sociais poderiam impactar a vida dessa faixa etária, na qual a personalidade ainda está em formação. O Instagram foi reprovado em sete desses aspectos, pois os jovens reconheciam que esse aplicativo de compartilhamento de fotos afeta muito negativamente a sua autoestima (imagem corporal), as horas de sono (algo associado a vários transtornos decorrentes de dormir pouco) e seu medo de ser excluído de eventos sociais (conhecido pela sigla inglesa FoMO). Além disso, consideram que o Instagram estimula o assédio digital, gera ansiedade e, em menor medida, sintomas depressivos e sensação de solidão.
“O Instagram leva facilmente meninas e mulheres a sentirem que se seus corpos não são suficientemente bons, enquanto as pessoas adicionam filtros e editam suas imagens para que pareçam perfeitas”, afirma um dos jovens estudados. “O assédio digital anônimo sobre temas pessoais através do Twitter me levou a me autolesionar e a ter medo de ir à escola. O assédio no Instagram me levou a tentar suicídio e também a me lesionar. As duas redes me fizeram experimentar episódios depressivos e ansiedade”, relata um menor de 16 anos que participou do estudo.
EL PAIS