Após críticas do presidente Michel Temer e do
ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que minimizaram as denúncias feitas pela
Operação Carne Fraca e que chegaram a questionar a maneira como as informações
foram abertas à sociedade, a Polícia Federal reagiu. Membros da equipe ligada à
operação que apura supostas irregularidades na inspeção de alguns dos
principais frigoríficos do País, rebateram as críticas à investigação feitas
pelo setor e pelo Governo Federal. “Deixemos o tempo falar”, disse um membro da
investigação.
Os
investigadores afirmam que ainda há muito material sob sigilo, e que a operação
deve ter desdobramentos mais adiante. No último domingo, o ministro da
Agricultura, Blairo Maggi, criticou a PF por “erros técnicos” e o Governo Federal
procurou minimizar o alcance da investigação. “O governo está se precipitando.
As críticas virão, mas em breve serão superadas”, afirmaram.
Contestando
Para
os investigadores, o governo está se precipitando. A equipe também relativizou
a informação de que apenas um frigorífico teve a carne periciada na
investigação.
Segundo
os investigadores, a realização de perícias em diversas empresas comprometeria
o sigilo da operação -por isso, durante a fase de apuração, optou-se por apenas
uma amostra.
A equipe sustenta, porém, que há provas do envolvimento de outros frigoríficos na produção e venda de carnes adulteradas e no pagamento de propinas a fiscais do Ministério da Agricultura. Todas as empresas que foram alvo de busca e apreensão na última sexta-feira tiveram material coletado, que será analisado e fará parte das provas da operação.
A equipe sustenta, porém, que há provas do envolvimento de outros frigoríficos na produção e venda de carnes adulteradas e no pagamento de propinas a fiscais do Ministério da Agricultura. Todas as empresas que foram alvo de busca e apreensão na última sexta-feira tiveram material coletado, que será analisado e fará parte das provas da operação.
Além
disso, os investigadores ressaltam que há suspeita de irregularidades até mesmo
nos laboratórios que fazem análises para os frigoríficos e estão credenciados
pelo Ministério da Agricultura.
Impacto
Para
evitar que o impacto econômico gere também um desgaste político, Temer tem
trabalhado para evitar a saída do diretor-geral da PF, Leandro Daiello, que
desde o início do ano tem dado sinais de que pretende deixar o cargo.
A
operação causou irritação no Planalto, para quem ela foi "exagerada",
mas a avaliação é que a troca agora poderia criar uma nova dor de cabeça: a
suspeita de que uma substituição poderia estar relacionada à Lava Jato. Além do
impacto na balança comercial, o governo receia que a crise da carne afete a
expectativa do mercado financeiro de recuperação da economia.
Folha PE