quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

O ERRO DO ASSESSOR: JULGAR-SE INDISPENSÁVEL

Imagem Ilustrativa
É um erro compreensível, humano e até mesmo ingênuo. Mas, ao contrário do que dizia a francesa Madame de Staël-"Tout comprende cest tout pardonner" traduzindo: na política, nem sempre compreender tudo leva a perdoar tudo. O assessor incide nesse erro porque houve um momento em que ele foi indispensável e as evidências dessa sua condição eram óbvias para ele, para alguns outros do círculo mais próximo do líder e para o próprio chefe, que, implícita ou explicitamente, demonstrou pensar assim. Quando tal momento ocorreu não importa. Pode ter sido durante a campanha, durante o governo ou no período em que ele esteve fora do poder. O fato é que ocorreu.

Há ocasiões em que o assessor se supera. Outras em que, frente a um problema aparentemente sem solução, ele surpreende com uma resposta clara, límpida e consistente, que permite resolver a dificuldade. Noutras, ainda, seu trabalho é tão intenso e com tantas delegações de autoridade, que ele economiza um tempo precioso para seu chefe dedicar- se a outras ações.

Em condições assim insinua-se na mente do assessor uma perigosa convicção: ele é indispensável. Está seguro em sua função porque seu chefe "depende" dele, "não conseguiria levar suas atividades sem a sua ajuda e conselho".


Tal convicção é ainda reforçada pelo fato de que o político ao qual serve envolve-o em matérias que, de ordinário, não o incluiriam; convida-o para reuniões com pessoas de hierarquia muito mais alta que a dele e, volta e meia, demonstra sua confiança, estima e valor, ao conversar com ele sobre matérias de ordem pessoal, seu futuro político e até faz confidências mais íntimas.