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| Marília em ato político com Luciano Duque, prefeito de Serra Talhada |
Por Edmar Lyra
A pré-candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco é de longe o grande fato novo da disputa de 2018. Ela vem conquistando um espaço nesta fase de pré-campanha de fazer inveja a Paulo Câmara e Armando Monteiro que foram candidatos em 2014 e pretendem reeditar a disputa em 2018. Apesar de nunca ter disputado eleição majoritária, Marília aparece com cerca de 15%, empatada tecnicamente com o governador e muito próxima do que tem o senador Armando Monteiro.
No plano nacional, o PSB decidiu que não marchará com ninguém, deixando os estados livres para formalizar uma aliança com quem bem entender. Essa decisão evidencia que não há motivos para reciprocidade do PT com o PSB em Pernambuco, uma vez que a principal justificativa da aliança, que era a eleição presidencial e a coligação de PT e PSB, caiu por terra no encontro nacional do partido em Brasília no último final de semana.
O PT nunca conseguiu se consolidar em Pernambuco, nem mesmo na época em que Lula foi presidente e João Paulo era prefeito do Recife, o partido alcançou o Palácio do Campo das Princesas. A própria vitória de Humberto Costa para o Senado em 2010 foi fruto do poderio eleitoral de Eduardo Campos, mesmo assim Humberto iniciou liderando a corrida e acabou ficando em segundo lugar tendo menos votos que Armando.
Essa candidatura de Marília Arraes caiu como uma luva para o PT, que estava machucado com o processo de impeachment e de mais uma derrota na disputa pela prefeitura do Recife. Marília ajudou o partido a se reencontrar com as bases e representa no seu projeto parte do que um dia Miguel Arraes e Eduardo Campos representaram. Ela é jovem, mulher, aguerrida e destemida, é de longe a personagem que pode representar a ressureição do PT em Pernambuco.
Nas eleições de 2006, mesmo ficando em terceiro lugar com 25% dos votos válidos, o PT garantiu para a sua coligação 155 mil votos de legenda para federal e 156 mil para estadual. Passados 12 anos daquele pleito, com o aumento do eleitorado e um desgaste da classe política tradicional, Marília pode representar a esperança e a renovação política, o que garantiria pelo menos cerca de 100 mil votos de legenda para o partido nas duas eleições proporcionais. Isso garantiria a vitória de pelo menos um deputado estadual, mas que evidentemente com o lançamento de candidaturas representativas do PT, as chances são elevadas de emplacar três deputados estaduais, e no plano federal encaminharia a primeira vaga e daria grandes chances de eleger pelo menos dois deputados federais. O PT com Marília disputando o governo deixaria a marca de não eleger nenhum deputado federal para garantir pelo menos dois representantes, e para estadual renovaria a bancada e poderia garantir a chegada de um terceiro nome.
Bancar Marilia Arraes é pensar no futuro do partido, é deixar em segundo plano as vaidades pessoais de Humberto Costa e João Paulo, que há muito tempo já deram o que tinha de dar, e não ofertam mais nenhuma perspectiva política para o PT. Em nome do presente e do futuro do PT, eles devem abrir alas para Marilia passar, porque somente ela representa o verdadeiro ressurgimento do partido em Pernambuco.
