Por Vera Rosa - O Estado de S.
Paulo
Sem esboçar reação pública às articulações de
ministros do governo Dilma para asfixiar sua candidatura presidencial, o
governador Eduardo Campos (PSB), confidenciou a correligionários que não vai se
intimidar com as tentativas do PT de tirá-lo do páreo. "O bom cabrito não
berra", afirmou o governador a colegas de partido na ultima quinta-feira,
quando esteve em Brasília para reuniões com ministros.
Presidente do PSB, Eduardo não se dá por vencido,
deixa claro que a ideia de candidatura está mantida e segue angariando apoios
nos bastidores. "Tentaram me dobrar e não me dobraram. Eu estou de pé e o
PSB ficou mais forte", comentou.
Chamado ao Palácio do Planalto para uma audiência
com os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça),
o governador passou duas horas da quinta-feira debatendo com os auxiliares da
presidente Dilma Rousseff as ações de segurança para a Copa das Confederações.
Ele não se encontrou com Dilma, que estava no Planalto, e de lá partiu para uma
reunião a portas fechadas com parlamentares no gabinete do líder do PSB no
Senado, Rodrigo Rollemberg (DF).
"Estão há 12 meses lutando contra mim e
continuo vivo. Eu ganhei todos os rounds", afirmou o governador, segundo
relatos desses parlamentares. "Há muita emoção pela frente nessa montanha-russa",
tem dito Eduardo.
Governadores do PSB são cortejados pelo PT para o
palanque de Dilma numa estratégia para neutralizar a candidatura de Campos. Aos
correligionários, o presidente do PSB disse que tem seis meses para definir seu
futuro político e não vê motivo para abrir o jogo agora. Revelou ainda que
mantém "contato" com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por
meio de emissários, e disse não ter interesse em brigar com ninguém. "Por
que vou fechar as portas?", argumenta.