Depois
de interromper um longo período de viagens pelo país, despertando suspeitas de
que poderia recuar de seu projeto presidencial, o governador de Pernambuco,
Eduardo Campos (PSB), retoma o trabalho de articulação de alianças para a
construção dos chamados palanques regionais. A estratégia do PSB está
concentrada nas 400 maiores cidades, que reúnem 60% do eleitorado nacional.
Campos
oficialmente cedeu às cobranças para não se ausentar de forma ininterrupta do
Estado – ele que chegou a afirmar ser possível governar pelo laptop. Seu
mergulho incluiu uma incursão no sertão pernambucano, o que serviu também para
reduzir a exposição nacional considerada excessiva pelos seus analistas de
campanha.
Foram
15 dias durante os quais se especulou que recuaria do projeto presidencial
depois de supostamente informado da possibilidade de o ex-presidente Lula vir a
ser o candidato do PT em 2014 , ao invés de Dilma. Hipótese
possível, em que o PSB diz não acreditar.
De
qualquer forma, na próxima quarta-feira (15), o governador desembarca na
Expogestão, em Joinville, Santa Catarina, para uma palestra sobre gestão
pública, ao lado do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB).
Abrindo
portas
Campos
tem agido bastante nos bastidores. No Ceará, convidou a principal adversária do
governador Cid Gomes (PSB) – a ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT) – a
ingressar no PSB. Foi a resposta mais contundente à oposição do correligionário
à sua candidatura, que a aceita apenas para 2018.
Em
Goiás, Campos reagiu ao PMDB, que cooptou a principal liderança do PSB no
Estado, o empresário José Batista Júnior, um dos sócios do frigorífico
Friboi, em quem o partido apostava todas as fichas para a disputa do governo.
Num movimento que contou com a participação do Palácio do Planalto, o
empresário trocou de partido pressionado pela sua condição de sócio do
BNDES nos empreendimentos sob sua gestão.
Em
menos de um mês, o PSB tirou do PMDB o empresário Vanderlan Cardoso,
ex-prefeito de Senador Canedo, município na região metropolitana de Goiânia.
Cardoso era pré-candidato do PMDB ao governo ou ao Senado. “Onde fecharem uma
porta outras dez se abrirão”, provocou o governador no ato da filiação de
Cardoso ao PSB.
Por João Bosco Rabello - O Estadão