Nesta selva da política,
onde raposas, leões e lobos, convivem com a traiçoeira serpente e com as
oportunistas hienas, o candidato tímido ou ingênuo é uma presa fácil. Ele é um
animal inofensivo, disputando com predadores.
Vencer, por um voto de
diferença se for o caso; sofrendo pesados desgastes, se for impossível de
evitar; assumindo compromissos que limitam o poder e a liberdade, se não houver
outra saída; rompendo com amizades, se for inevitável; assumindo prejuízos; mas
de qualquer forma, vencer. Todos os candidatos enfrentam a eleição com essa
mesma disposição.
Trata-se, então, de uma
competição feroz, uma forma civilizada de combate, na qual as pessoas não
hesitam em ir aos seus limites éticos para obter a vitória. A vitória é o
bálsamo que cura os ferimentos e recompensa as perdas sofridas. Não surpreende,
pois, que Maquiavel tenha ido buscar nos animais selvagens o paradigma para os
políticos.