Dez anos após a implantação do
Programa Mãe Coruja Pernambucana, “o Governo ainda precisa melhorar a
assistência materno-infantil no Estado, principalmente nas maternidades”,
opinou a deputada Socorro Pimentel, no
Pequeno Expediente na ultima semana. Ela destacou que a iniciativa ajudou a
diminuir em 27,5% a mortalidade infantil nos municípios atendidos, entre 2006 e
2013, mas, recentemente, “tem perdido efetividade”.
“Nas
105 cidades de atuação do programa, o coeficiente de mortalidade infantil foi
reduzido de 22,1 mortes por mil nascimentos em 2006, para 16,1 por mil, em 2012
e 2013. Contudo, entre 2011 e 2016, esse índice ficou em 15,7, o que não
representa avanço significativo”, apontou a deputada, citando dados da
Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde (Sevs) do Governo Estadual.
“Como
profissional de saúde, tenho a obrigação de parabenizar e exaltar o Programa
Mãe Coruja Pernambucana pelos seus resultados”, pontuou. “Mas ele precisa
continuar a reduzir, efetivamente, os óbitos materno-infantis”, avaliou.
Segundo a deputada, a falta de assistência do Governo se dá no “atendimento
precário” às gestantes de baixo risco nos municípios e na superlotação de
unidades de atendimento de alto e médio risco. “Pernambuco dispõe de apenas 119
leitos de UTI neonatal para quase cem mil partos anuais. Existem unidades
neonatais trabalhando com quatro vezes a capacidade nominal”, informou. “Com
isso, tivemos 67 óbitos maternos e mais de mil falecimentos neonatais
evitáveis, de acordo com dados do Ministério da Saúde”, ressaltou.
Ao
fim do discurso, a parlamentar sugeriu a mudança do modelo vigente de atenção
ao parto, com estímulo para a construção de Centros de Parto Normal, ampliação
do número de leitos de UTI obstétrica e neonatal e interiorização do
atendimento de alto risco. “Não podemos permitir que mulheres vejam seus filhos
morrerem por falta de atendimento adequado num Estado que já foi premiado
internacionalmente por um programa de atenção integral às gestantes e a seus
bebês”, concluiu.
ASCOM/ALEPE