terça-feira, 27 de novembro de 2012

EDUARDO CAMPOS BUSCA NOMES PARA SUA SUCESSÃO EM PERNAMBUCO



Ao mesmo tempo em que avalia a possibilidade de disputar a Presidência em 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), busca alternativas para a própria sucessão no Estado.

Reeleito em 2010, ele não poderá se candidatar ao cargo na próxima eleição. Seu palanque no Estado deverá ser montado com base na estrutura política que conseguir construir nacionalmente.

Campos não cogita hoje disputar o Senado. Mas precisa formalizar uma aliança nacional para sustentar uma campanha presidencial.

A dificuldade do governador, que controla uma coligação de 14 partidos em Pernambuco, será atrair siglas de médio porte, que hoje integram a base do Planalto.

A vaga no comando do Executivo estadual tende a abrir espaços para os acordos políticos. E em nome da viabilidade eleitoral de Campos, o PSB pode ceder a cabeça de chapa a um eventual aliado.

Na lista dos possíveis candidatos não socialistas, o nome do senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) é o que surge com mais força. Eleito em 2010 com o apoio de Eduardo Campos, Monteiro Neto pode ser o elo para uma eventual coligação nacional entre o PSB e o PTB. O senador tenta viabilizar sua candidatura a governador desde 2002. Neste ano, cogitou disputar a Prefeitura de Recife, mas apoiou Geraldo Julio (PSB), vitorioso escolhido por Campos.

Geraldo nunca havia disputado uma eleição. Foi escolhido a partir de uma lista de quatro nomes do núcleo duro do governo, elaborada pelo próprio governador.

PERFIL TÉCNICO

Integrante da mesma lista, o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, filiado ao PSB, é apontado no meio político como o favorito de Campos para ocupar o seu lugar.

Homem de confiança do governador, Alencar tem perfil técnico, mas também nunca disputou uma eleição. Para analistas políticos ouvidos pela Folha, isso não seria decisivo em um cenário de alta aprovação do governo e atrofiamento da oposição local.

O PT, que se opôs a Campos na eleição em Recife, viu seus dois principais nomes no Estado, o senador Humberto Costa e o deputado João Paulo, serem derrotados de uma só vez em outubro, na chapa petista à prefeitura.

O PSDB, coligado aos socialistas em vários Estados, trata Campos como um possível parceiro nacional. Uma eventual composição de Campos com o senador Aécio Neves pela Presidência já é citada por tucanos como o prefeito eleito de Manaus, Arthur Virgílio. Antigo desafeto, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), também se aliou ao PSB.

Como terceira opção dos socialistas para a sucessão estadual, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), corre contra as dificuldades políticas que enfrenta no cargo.

Após ter seu nome envolvido em denúncias de irregularidades, ele ainda não conseguiu promover uma agenda positiva no ministério. Sua administração luta agora contra a maior seca das últimas décadas no Nordeste, enquanto a principal vitrine da pasta, a transposição das águas do rio São Francisco, permanece quase parada.

Folha de São Paulo